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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

[A minha Opinião] Os crimes do verão de 1985

 

[A minha Opinião] Os crimes do verão de 1985

Estreia fabulosa com o jovem autor português, Miguel D'Alte. 
Primeira leitura conjunta do ano e que surpresa foi! 
O autor conseguiu deixar-me agarrada à história desde início. Gostei muito dos avanços e recuos da narrativa, que contribuíram para aumentar a curiosidade.
Não posso dizer que tenha criado empatia com as personagens principais, mas o meu coração fica sempre apertado quando a história relata crimes contra crianças. 
O autor conseguiu esconder o culpado até quase aos capítulos finais. Não posso dizer que tenha ficado surpreendida, uma vez que os factos apresentados durante a narrativa levantavam um pouco o véu a respeito do criminoso. Uma coisa é certa, foram precisos nervos de aço para ler os últimos capítulos, uma vez que revelaram factos muito cruéis. O vilão, a meu ver, teve o final merecido. 
Como não podia deixar de ser, irei recomendar-vos a leitura deste thriller, por tudo o que já mencionei anteriormente. 
Quanto a mim, fiquei com curiosidade de ler os outros dois livros já publicados do autor. 
Bravo Miguel D'Alte! 

🌟🌟🌟🌟  

sábado, 16 de setembro de 2023

[A minha Opinião] A Criada, de Freida McFadden

 


"A Criada", de Freida McFadden foi a nossa 56ª leitura conjunta, do Clube de Leitura Manta de Histórias

É uma história bem construída, com uma escrita fluida e personagens bem curiosas (algo doidas também), que tornam a  leitura viciante. Deixei-me agarrar pelo livro às primeiras páginas. 

A primeira parte da história, a meu ver mais romanceada e menos thriller. A narrativa lucrou muito com a segunda e terceira parte, que aí sim, foi ganhando aquele ar mais sinistro e de suspense. 

Sobre as personagens, nada é o que parece. Aos futuros leitores, não se deixem enganar. Elas são muito mais do que nos fazem querer parecer e escondem muito bem os tons sombrios das suas personalidades. 

Quanto ao desfecho da história, não era o que estava à espera, o que me surpreendeu. Fica já a vontade de ler o próximo livro da autora, O Segredo da Criada. Quero ver como evoluiu a vida de Millie, depois desta história de doidos, que conhecemos neste primeiro livro. 

Um thriller que recomendo, sem dúvida alguma. 

Boas leituras!

🌟🌟🌟🌟

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

[A minha Opinião] Verdades Ocultas



É sempre tão bom voltar a mergulhar nesta série e nestas personagem. Confesso que já tinha saudades. Esta dupla é fantástica! Criam sempre histórias que me agarram à leitura. Não noto o virar de páginas.

Desta feita, há uma série de pessoas a serem executadas com uma bala em cheio na cabeça. O leitor não demora muito a perceber quem possa ser o responsável por estes crimes. 

À parte dos crimes, os autores focam-se no passado traumático de Sebastian (na perda da mulher e da filha) e Billy também merece lugar de destaque mais para o final do livro. Quem acompanha a série irá perceber o porquê destas questões passadas voltarem à ordem do dia. 

Apesar de ter sido uma leitura viciante, achei que perdeu o elemento surpresa que tanto caracteriza esta série. Não deixa por isto de ser uma das minhas séries de thriller favoritas. 

Fico a aguardar com expectativa o próximo livro, até porque o final deste sétimo, deixa adivinhar muitas loucuras para o próximo. 

Livro mais que recomendado. 

Boas leituras!

🌟🌟🌟🌟

domingo, 12 de junho de 2022

[A minha Opinião] Os Quatro Ventos


Os Quatro Ventos é o quarto livro que leio da autora e todas as leituras foram leituras conjuntas no clube de leitura Manta de Histórias. Esta foi a nossa 40ª leitura, e que leitura!

Por onde hei-de começar? Nem sei! Kristin Hannah tem este poder de nos deixar sem palavras. Tinha expectativas altas para esta leitura, que foram largamente ultrapassadas. 

Todos nós, em alguma altura do nosso percurso escolar, ou de vida, ouvimos falar da Grande Depressão, que levou muitos à miséria e ao desemprego. O que eu desconhecia é que na mesma época, o Dust Bowl ou melhor dizendo, as tempestades de pó, mandaram igualmente muitos americanos para a miséria.  Para agravar a situação já de si desesperante, atravessaram períodos de seca extrema. É neste cenário devastador que se passa grande parte da narrativa. As descrições da autora sobre a seca e as tempestades de pó foram tão reais, que me senti muitas vezes, coberta de pó, a morrer de calor e com dificuldades em respirar. A autora transporta-nos de forma mágica e também cruel para uma realidade negra e desesperante. 

Acompanhamos o percurso de vida de Elsa Martinelli, personagem principal desta história, e que personagem! É impossível não se deixar inspirar pela história de luta desta personagem e pela vida cheia de espinhos que teve. Mas não há rosas sem espinhos, e Elsa encontrou as suas rosas nos seus filhos, Loreda e Ant e nos seus sogros Tony e Rose. A vida também lhe soube trazer a amizade sincera de Jean e uma paixão inesperada (não direi nomes para não estragar a surpresa), que a fez sentir viva e amada. 

Já não lia um livro tão duro como este, faz tempo. Os murros no estômago e as advertências que devemos estar gratos pela vida que temos, são uma constante durante a narrativa. Estas personagens são uma inspiração, principalmente a Elsa Martinelli, uma guerreira, lutadora, trabalhadora, resiliente, corajosa (apesar de achar que não), uma mãe leoa.  

As páginas foram passando e a minha esperança foi crescendo para que a família Martinelli,  o Clube dos Exploradores, como se apelidavam, tivesse o seu final feliz. 

Esta não foi uma leitura nada fácil de fazer, e no entanto as páginas foram sendo lidas sem eu dar por elas. As emoções sempre à flor da pele. Portanto, aconselho aos mais sensíveis, que prepararem um stock de lenços, vão ser precisos. Quem avisa amiga é.  

Não sei mais o que vos dizer sobre este livro. Acho que todas as palavras que encontrar serão poucas para vos dizer o quanto adorei este livro. Bem sei que ainda não li muitos livros este ano, mas arrisco a dizer que este será a melhor leitura do ano. 

Se já adquiriram este livro e o têm nas vossas estantes, façam desta leitura prioridade. Se ainda não o têm, por favor, adquiram o livro o quanto antes e leiam. Leiam e depois digam-me se vos fiz uma boa recomendação (sei que estou a fazer). 

Só para terminar, deixo-vos com uma das grandes mensagens deste livro: "O amor é aquilo que fica."

Boas leituras! 

Citações a guardar: 

"(…) só era possível viver sem amor se nunca se tivesse conhecido o amor.”

"Mães e filhas. Salvamo-nos umas às outras, sì?."

"Até àquele momento, Elsa nunca soubera a diferença que um amigo poderia fazer. Como uma pessoa nos poderia animar o suficiente para nos manter de pé."

"A sobrevivência exigia coragem, persistência e esforço. Era muito fácil desistir. Por mais medo que tivesse, todos os dias tinha de ensinar os filhos a sobreviver"

 "Eu digo que as pessoas que ficam presas ao passado perdem a oportunidade de ter um futuro."

"Ele dizia-me que a coragem é uma mentira. Não passava de medo que se ignora."

"Preferia procurar o amor e falhar do que nunca procurar. 

"Não era o medo que era importante na vida. Eram as escolhas que se fazem quando se tem medo. Somos corajosos por causa do medo, não apesar dele. 

🌟🌟🌟🌟🌟

domingo, 31 de janeiro de 2021

[A minha Opinião] Apneia

 

Apneia de Tânia Ganho

Apneia é a minha leitura de estreia com a escritora portuguesa Tânia Ganho. Este livro foi uma de duas leituras conjuntas, que realizei no Clube de Leitura Manta de Histórias. Bendita votação que me possibilitou a mim e a muitos outros membros do Clube, a embarcarmos nesta viagem.

Para quem ainda não leu e está na dúvida ou assustado com as 696 páginas, só vos tenho a dizer, leiam. Esta leitura surpreendeu-me. Surpreendeu-me pela escrita maravilhosa da autora. Surpreendeu-me pela temática abordada. Surpreendeu-me pelo grande trabalho de pesquisa. Surpreendeu-me pela carga emocional. Surpreendeu-me pela fluidez da leitura. 

Antes de iniciar este livro, já tinha algumas indicações que seria uma leitura dura, com grande carga emocional. Ler sobre violência doméstica é sempre cruel. Confesso que estava apreensiva. Sou uma leitora facilmente impressionável. Estava com receio de não conseguir ler esta história, caso houvessem passagens mais sensíveis. Uma coisa é certa, apesar de não haver passagens graficamente chocantes, esta história esgotou-me de início ao fim. 

A autora conseguiu, de forma brilhante, passar o sufoco, a impotência, a desesperança da personagem principal Adriana, e do seu filho Edoardo. Conseguiu também passar-me o sentimento de revolta, de ódio, de incredulidade em relação a Alessandro. Como é possível um ser humano ser capaz de tanta crueldade em relação a outro? Como é possível um homem ter tanto ódio pela sua mulher? Como é possível um pai negligenciar e perturbar tanto um filho? E conseguiu também retratar a realidade nua e crua da nossa justiça. Que é morosa, penosa, que nem sempre protege as vítimas e que deixa em liberdade o agressor. 

Apesar de durante a história serem narradas passagens muito idênticas da vida de Adriana e Edoardo, e de alguns leitores as acharem desnecessárias, não as entendi como tal. A meu ver a autora quis passar ao leitor a atmosfera de intranquilidade e repetição da violência. Quis transportar o leitor para aquele ambiente pesado e negro. Nesse aspecto foi brilhantemente conseguido. 

Esta história mexeu-me de tal forma com os nervos e emoções, que em diversas alturas da história quis gritar com todas as personagens. Quando um livro nos desperta este tipo de reacções só temos uma coisa a fazer, deixá-lo assentar. São livros que marcam, que fazem reflectir, que revoltam e que temos sempre de recomendar a leitura. E é isso que aqui vou fazer, recomendar-vos sem reservas esta leitura. Quer se goste ou não do final deste livro, será sempre um grande livro, escrito em português, por uma autora portuguesa. 

Depois desta leitura, já estou a pensar em adquirir mais livros da Tânia Ganho. Com este livro a autora ganha mais uma fã. 

Boas leituras! 

"O trauma é um ruído com que as vítimas vivem de manhã à noite, o ruído da violência sempre presente, ao acordar, ao deitar, e pelo meio, a tentativa de ser normal. A normalidade ansiada e que, a cada momento de insegurança ou frustração, se percebe que está longe de ser uma realidade."

🌟🌟🌟🌟🌟 

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

[A minha Opinião] O Cardeal

 

O Cardeal de Nuno Nepomuceno

Janeiro já começa a ser sinónimo de um novo livro do Nuno Nepomuceno. O ano passado, por esta altura, já andava toda entusiasmada com a leitura de A Morte do Papa. A isto é que eu chamo começar bem o ano! 

Não é segredo para ninguém que sou super fã dos livros do autor. É o meu autor português favorito. Os seus livros são fantásticos. Além disso é uma pessoa humilde e tudo faz para manter o contacto com os seus leitores. É o completo oposto do escritor Adam Immanuel, presente em O Cardeal. 

Antes de avançar para a minha opinião sobre esta leitura, só quero referir o magnífico trabalho da Vera Braga, a responsável por esta capa incrível. Acreditem, ao vivo ainda é mais bonita. 

Agora vamos lá falar sobre este livro, e que livro! Só vos digo, o Nuno Nepomuceno é o mestre do engano. Vai tecendo aqui uma teia narrativa que é qualquer coisa de fantástico. Começando pelo título do livro, O Cardeal, que tem múltiplos sentidos e significados durante a história. Quando lerem o livro irão entender o que vos digo. 

A história começa a todo o gás. O primeiro capitulo agarrou-me logo. É a terapia de choque, que o autor tão bem sabe fazer. Mas leitores, se pensam que as cenas chocantes terminam ali, então preparem-se para as páginas seguintes. E mais não vos digo! O que posso adiantar é que este livro me fez lembrar, o segundo livro da série, Pecados Santos. Não pela história ou acontecimentos narrados, mas pela violência dos crimes, o ambiente sombrio e misterioso. 

O Cardeal, além do casal Catalão, irá centrar-se em duas personagens já nossas conhecidas de A Morte do Papa, Lizzie e Adam Immanuel. É em torno delas que toda esta história se desenrola. E que novelo de intrigas e segredos aqui anda. Incrível! Estes protagonistas estão fortemente ligados ao mundo dos livros. Adam por ser escritor, mas não um por quem os leitores nutram grande simpatia, dado a sua arrogância. Lizzie, uma sub-bibliotecária, na Biblioteca de Wren, que adora livros e trabalha no que a apaixona. Todo este universo literário é trazido para a história e encaixa na perfeição na narrativa. 

Outro pormenor que gostei muito foi o de reencontrar outras personagens, de livros anteriores da série. Irão aparecer nesta história John Ashton-Davies, um antigo professor de Afonso Catalão, bem como a Sofia Conti, uma antiga aluna de Afonso, que conhecemos no livro A última ceia. 

De Lisboa a Cambrigde, cidade já nossa conhecida e marcante para Afonso Catalão, passando por Londres, a Cidade do Vaticano e Amesterdão, esta leitura é uma viagem. A história só tem a ganhar com todas estas realidades e paisagens. O autor transporta-nos para todos estes sítios e faz-nos viajar sem sairmos do lugar. Senti-me como uma turista, numa visita guiada pelo Nuno Nepomuceno. 

São tantos os aspectos positivos deste livro, a escrita do Nuno Nepomuceno, que está cada vez melhor de livro para livro. A construção da história e todas as teias de ligação tão bem urdidas. A inspiração em acontecimentos reais e que resultam muito bem na história. As personagens tão bem construídas, pelas quais senti empatia ou então um ódio de morte. A credibilidade da história e dos protagonistas, que aproxima e conquista o leitor para a narrativa. O aspecto negativo desta leitura é já a ter terminado e agora ter de esperar, pelo menos mais um ano, para voltar a ter um novo livro do autor. 

Leitores, façam um favor a vocês mesmos. Se não conhecem o autor e a série Afonso Catalão, recomendo-vos que leiam. Comecem esta viagem pelo livro A Célula Adormecida e continuem com Pecados Santos, A Última Ceia, A Morte do Papa e finalmente O Cardeal. Verão que valerá a pena descobrir este autor e todas estas histórias. Se aceitarem o meu desafio, depois façam-me saber o que acharam das leituras. 

Boas leituras! 

🌟🌟🌟🌟🌟    

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

[A minha Opinião] Felicidade

[A minha Opinião] Felicidade

Felicidade é o segundo livro que leio de João Tordo. Estreei-me com o autor com o livro A noite em que o verão acabou. Um pormenor delicioso é que ambas as leituras foram feitas no mês de Janeiro, e ambas foram leituras conjuntas do Clube de Leitura Manta de Histórias

O que dizer desta leitura? As primeiras páginas foram logo poderosas e chocantes. Já fiquei logo agarrada ao livro. Quem lê o título do livro Felicidade, está à espera de encontrar essa emoção durante a leitura. O que encontrei foi a antítese desse título. A narrativa não é feliz, pelo contrário, é uma tristeza tamanha. Não pela escrita do autor, que é soberba, mas sim pelos factos narrados serem tão trágicos. 

Todo o livro é narrado na primeira pessoa, por uma personagem que nunca chego a saber o nome. Sei tudo da sua vida familiar e profissional, dos seus pensamentos mais negros e deprimentes, mas nunca é revelado o seu nome. 

O livro começa com uma fatalidade gigante para a personagem principal. A partir daí toda a história toma proporções de tragédia grega. Sim, porque não faltam referências durante a narrativa aos deuses gregos. Essa fatalidade molda toda a restante vida do narrador, criando uma gigante bola de neve de depressão, pessimismo, aquele fado tipicamente português. 

Apesar da leitura se tornar deveras pesada e negra, não senti que esse peso tivesse influência na minha leitura. Continuei a ler com vontade esta história, sem ponta de aborrecimento. Tentei adivinhar por que caminhos seguiria o autor. Alguns acertei outros falhei redondamente.   

Os pontos positivos desta leitura são sem dúvida a escrita fantástica do autor, e o enquadramento histórico e social da época. Estas referências históricas anteriores e posteriores ao 25 de Abril de 1974, sem dúvida que enriquecem a narrativa. 

Quanto aos pontos negativos, não gostei das inúmeras referências aos deuses gregos. Até percebo que para o autor faça sentido referir, visto toda esta história ser uma tragédia grega de início ao fim. Preferia que tivesse sido em menos quantidade. A falta de empatia que senti pelas personagens é outro aspecto negativo. Não consegui me identificar ou criar um laço com nenhuma das personagens. 

No geral o balanço da leitura é positivo. Apesar desta leitura não me ter trazido a felicidade total esperada, a esperança é sempre a última a morrer (isto tem tudo a ver com o livro). Irei querer ler muitos mais livros do João Tordo.

Boas leituras! 

🌟🌟🌟

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

[A minha Opinião] A Pequena Farmácia Literária


A primeira coisa que chamou a atenção neste livro foi a sua capa. Qualquer leitor olha para ela e já fica conquistado. Nem precisei ler a sinopse para saber que o queria ler. Depois o título do livro que desperta curiosidade imediata. Não é a primeira vez que me cruzo com esta ideia de que os livros poderão ser uma terapia para a cura de diversas maleitas. 

"A tese principal em que se baseia a biblioterapia é que a leitura de romances é geradora de empatia. A leitura de uma palavra, sei lá, um verbo, por exemplo, ativa no cérebro os mesmos estados mentais que seriam ativados se aquela ação fosse de facto realizada." Aqui está uma de muitas passagens encantadoras do livro A Pequena Farmácia Literária, de Elena Molini. 

Todo este livro respira livros. São inúmeras as referências literárias ao longo da narrativa. Saímos desta leitura com uma longa lista de livros a ler. Dá também o vislumbre do que é ter uma pequena livraria e a luta diária que é manter as portas abertas. Adorei o conceito de recomendar livros conforme o estado de espírito de cada leitor. 

Blu é a personagem principal desta história. É ela que vai contando na primeira pessoa as peripécias da sua vida. Apaixonada por livros, teve uma pequena experiência numa editora e posteriormente numa livraria. Duas experiências que a desiludiram mas não lhe retiraram o encanto pelos livros. Resolveu arriscar e abrir a sua própria livraria independente. Querem saber se foi bem sucedida? Ora bem... Não vos conto. Terão de ler o livro para descobrir.  

Adorei a Blu e todo aquele grupo singular de amigas. A história é cativante, criei empatia pelas personagens e ri-me por diversas vezes com passagens divertidas e cheias de humor. Todas as referências literárias são a cereja no topo do bolo. Aconselho a terem um bloco para irem tomando notas. E quando vocês pensam que já descortinaram tudo desta história, eis uma revelação surpreendente.   

Para terminar com chave de ouro, no final do livro há uma série de "medicamentos", as suas indicações terapêuticas, os efeitos colaterais e ainda a dose recomendada. 

Espero ter-vos convencido a ler este livro. 

Boas leituras!

🌟🌟🌟🌟

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

[A minha Opinião] Águas Profundas

[A minha Opinião] Águas Profundas


Este é já o terceiro livro da série Detective Erika Foster que leio. Posso dizer-vos que foi o meu favorito até à data. Noto uma evolução do autor Robert Bryndza de livro para livro.

Erika Foster volta a entrar em acção. Está a investigar um caso de narcotráfico mas acaba por se cruzar com uma descoberta chocante. Além de drogas é encontrado um esqueleto de uma criança. Que já leu os livros anteriores, sabe que Erika Foster é incapaz de desligar ou afastar-se de casos deste género. O que se segue é uma demanda incessante pela verdade. Descobrir o que realmente aconteceu aquela criança. 

De livro para livro, de caso para caso, cada vez mais simpatizo com a Erika. Demonstra ser uma mulher de causas, que não desiste nas adversidades, lutadora, sensível, mas uma fera quando é necessário. Estou a gostar bastante da sua evolução enquanto personagens e de conhecer um pouco mais da sua personalidade, família, passado e presente. Acredito que nos três restantes livros da série, ainda me vai surpreender mais. 

Quanto à escrita do autor, é sempre fluída e cativante. Os capítulos são curtos e sempre lidos num sopro. É fácil deixar-me perder na leitura e não ter a noção de tempo. As histórias são bem construídas, visto que me despertam a curiosidade e ansiedade pela próxima página. Além de Erika Foster, gosto de reencontrar as personagens secundárias dos livros anteriores, como por exemplo Moss e Peterson. 

Esta é uma série que quero, sem dúvida, continuar a ler. Já tenho o próximo livro, O Último Fôlego para ler. Espero novamente uma leitura empolgante e descobrir mais sobre a Erika Foster. 

Boas leituras! 

🌟🌟🌟🌟

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

[A minha Opinião] Um erro inocente

[A minha Opinião] Um erro inocente

Não é segredo para ninguém que Dorothy Koomson é uma das minhas escritoras favoritas. Já estava com saudades de regressar à sua escrita e às suas histórias. Esta leitura foi feita em conjunto com mais uma série de leitoras, no Clube de Leitura Manta de Histórias

Em relação às capas dos livros da autora sempre disse para não se deixarem iludir pela aparência fofinha das mesmas. O conteúdo dos seus livros é tudo menos fofinho. A autora aborda nas suas histórias temas sensíveis, controversos e actuais. Este livro não foi excepção. 

Um Erro Inocente é narrado alternadamente por duas personagens, Poppy Carlisle e Serena Gorringe. Duas meninas que cometem o erro inocente de se apaixonar por um professor. Esse erro que cometem ainda em crianças, irá persegui-las até à idade adulta. A narrativa decorre então entre o passado e o presente destas duas personagens. Estes avanços e retrocessos no tempo possibilitam a que eu, enquanto leitora, compreenda estas personagens nas suas dores e lutas. É difícil não ficar revoltada com o que vai sendo narrado. 

Como já é habitual, a escrita da autora é super fluída, nem dei pelo passar de páginas. Os capítulos não são extensos. Há alternância entre tempos narrativos e narradores. Os diálogos estão muito presentes e dão ritmo à acção. Tudo isto são pontos a favor da história. 

Quanto aos pontos menos favoráveis destaco algumas partes do livro que achei repetitivas ou um pouco aborrecidas. No que diz respeito às personagens, consegui compreender as suas dores e traumas mas não me identifiquei com nenhuma em particular. 

No geral, o balanço da leitura foi positivo. Tive uma leitura fácil e constante. Foi um livro que me revoltou pela temática abordada. Fez-me reflectir e pensar no papel dos professores, das famílias e sobre a importância de estarmos atentos a quem nos é próximo. 

Irei querer ler Vidas Adiadas, a continuação da história de Poppy e Serena. Que seja uma leitura surpreendente. 

Boas leituras! 

🌟🌟🌟 

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

[A minha Opinião] Pede um Desejo

[A minha Opinião] Pede um Desejo

Quando vi que a Quinta Essência ia editar um novo livro da Tillie Cole, dei pulos de contentamento. Como alguns de vocês devem saber, adorei o primeiro livro da autora, Mil Beijos. Dei cinco estrelas bem redondas ao livro. Um YA bastante comovente e que me tocou. Portanto as expectativas para este segundo livro estavam elevadas. 

Pede um desejo, é novamente um YA. Temos como personagens principais os jovens Cromwell Dean e Bonnie Farraday. São personagens antagónicas mas que ao mesmo tempo se equilibram. Toda esta história é construída à volta da paixão pela música de Bonnie e Crowwell. A música assume na vida dos dois tanto o papel de salvadora como de pesadelo. Quando lerem o livro saberão do que falo. 

Quanto à escrita da autora, continua leve e fluída. Os capítulos não são extensos, o que me possibilitou ir avançando muito bem na leitura. A Tillie Cole, à semelhança do primeiro livro que li, volta a trazer personagens sofridas, com acontecimentos e passados um tanto traumáticos. Um "bad boy" que encontra uma rapariga que o faz colocar tudo em questão e em retrospectiva. E uma história de amor inspiradora.

Um pormenor que gostei na construção da personagem do Cromwell Dean, é uma característica na sua personalidade, que não irei revelar, mas que enriquece e muito a narrativa. Acabei por conhecer algo que não fazia a mais pálida ideia. Espero ter-vos semeado o bichinho da curiosidade. Nota-se que houve trabalho de pesquisa da autora.

No geral, é um livro que entretém e sensibiliza. Apesar de ser previsível em certos momentos, não deixa de ser uma boa leitura. Aborda também a temática da saúde mental, tão actual e tão presente nos nossos dias, e das consequências que tem na vida de muitos jovens.

Não foi um livro que me arrebatou como o Mil Beijos, mas não deixa de ser uma bonita história de amor. Talvez por ter a fasquia tão alta, e estar constantemente a comparar com o anterior, acabei um pouco desiludida. 

Depois de tudo o que mencionei anteriormente, irei recomendar a leitura a quem gosta do género jovem adulto e que ainda não tenha lido anteriormente um livro da autora.

Boas leituras!

🌟🌟🌟

sábado, 17 de outubro de 2020

[A minha Opinião] Estou a ver-te

[A minha Opinião] Estou a ver-te

Estou a ver-te é o terceiro livro da Clare Mackintosh que leio. O primeiro foi Deixei-te ir, depois li Deixa-me mentir e finalmente este. Há coisas que me agradam e desagradam nos livros da autora. 

Primeiro ponto a favor deste livro, a capa chamativa. É bem apropriada para este tempo de Outono. Quanto à sinopse, deixa-nos adivinhar uma bela trama. Mas será que é isso mesmo que acontece?

Zoe Walker é a personagem central desta história. Uma mulher na casa dos quarenta, com dois filhos, divorciada, com um trabalho que dá para pagar as contas e que mantém as mesmas rotinas todos os dias. O problema de manter rotinas é que se pode estar exposta ao perigo. É isso que acontece com Zoe. Apercebe-se que anda a ser seguida, depois de ver a sua foto num anúncio de jornal. 

Esta ideia bem desenvolvida pela autora daria um thriller fantástico, de cortar a respiração e de me manter alerta. Só que não. Até mais de meio da leitura, senti que a autora revelava pouca coisa para que a acção avançasse, e quando revelava algo importante, a história voltava a esfriar. Só depois de ter lido muito mais de metade do livro, é que a trama ganhou novo alento. Há novas pistas que vão sendo reveladas, para se conseguir construir o puzzle que resolve o crime.

Pontos a favor deste livro são os capítulos curtos e mãos cheias de diálogos. Para mim são essenciais para que a leitura não se torne aborrecida. Pontos negativos terei de apontar o arrastar da história, com passagens algo aborrecidas e que nada ofereceram à narrativa. Outro ponto negativo são as razões algo ridículas do criminoso, para cometer todos aqueles crimes. E por último, mas não menos importante, o tamanho de letra presente nesta edição. Fico pitosga só de olhar para estas letras tão pequeninas. Deixo a minha opinião sobre isto. Prefiro um livro um pouco maior e um bocadinho mais pesado se isso se reflectir em conforto na leitura. Fica a dica. 

Depois deste terceiro livro, não sei se voltarei a ler mais algum livro da autora. São livros que prometem tanto mas depois não cumprem na totalidade e fica a frustração.

Já sabem, se quiserem tirar as vossas dúvidas sobre o livro, leiam e logo irão saber se estamos de acordo ou em desacordo em relação a este livro.

Boas leituras! 

🌟🌟🌟  

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

[A minha Opinião] A Corrente

[A minha Opinião] A Corrente

Não é segredo para quem acompanha o blogue, que um dos meus géneros literários favoritos é o thriller. Assim que vi esta novidade da Editorial Presença, sabia que teria de o ler. A capa do livro não é das mais atractivas mas gostei da sinopse. 

A premissa deste livro prometia tanto. Pais cujos filhos são raptados, e que para os reaverem, além de uma avultada soma em dinheiro, terão eles próprios de raptar outra criança. Estes raptos funcionam como uma corrente, quem a quebrar pode não sobreviver para contar. A ideia da história é bastante forte mas achei que o autor Adrian McKinty se desviou da rota. 

A personagem principal desta história, Rachel Klein, é descrita como uma mulher comum mas fragilizada. Está a lutar contra uma doença que não lhe dá tréguas e que lhe retira as forças. Quando Rachel se vê enredada nas teias d' A Corrente, tudo faz para salvar a sua filha Kylie. Rachel é a primeira nota negativa que tenho a apontar. Como é que uma mulher que está super doente e sujeita a tratamentos, poderá ter comportamentos se super mulher guerreira? Achei este facto pouco verosímil. 

Gostaria também de ver mais desenvolvidos os motivos por detrás da criação d' A Corrente, bem como conhecer melhor o passado dos cérebros da organização criminosa. Conheci durante a narrativa alguns factos do passado destas personagens mas não tão aprofundado que justifiquem os actos das mesmas. 

Quanto a sentir simpatia por alguma das personagens da história, é difícil. Senti revolta e o coração apertado pela situação de desespero que muitos pais sentirão numa situação destas.         

Vá, mas não são só pontos negativos que quero apontar a este livro. Há alguns pontos positivos. Gostei da escrita do autor, que é simples e fluída. Os capítulos são curtos, o que facilita e muito o avançar da leitura. E por último, mas não menos importante, há presença constante de diálogos, que para mim é sempre um ponto imprescindível. 

Por último, gostava de referir que gostei da tradução feita pela Maria João da Rocha Afonso a este livro. 

Como digo sempre, duas pessoas nunca lêem o mesmo livro. Cabe-vos a vós, depois de lerem a minha opinião, decidir se irão querer fazer esta leitura. 

Boas leituras! 

🌟🌟🌟 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

[A minha Opinião] - A rede de Alice

 



Primeiro livro que leio da Kate Quinn e não podia ter ficado mais fã. 

Este livro conta-nos a história de duas mulheres, Charlie St. Clair e Eve Gardiner. Mulheres de garra, de coragem, lutadoras e também sofridas. Foi impossível não me apaixonar por estas duas personagens tão singulares e distintas entre si. Senti empatia por elas e algumas vezes desejei tirar-lhe o sofrimento do coração.  

A história irá passar-se em dois tempos distintos, 1915 e 1947, respectivamente no período da Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial. A vida destas duas mulheres cruza-se, de forma algo atribulada, mas estarão mais ligadas uma à outra do que aquilo que pensam. 

Gostei muito desta história. Por estar muito bem escrita. Por oferecer uma história incrível de valentia. Por enaltecer o papel das mulheres durante as guerras mundiais. Mas acima de tudo por nos oferecer personagens inesquecíveis. 

Uma leitura que entrará nas minhas melhores leituras do ano e que vos recomendo sem reservas. LEIAM, LEIAM, LEIAM. É UMA LEITURA OBRIGATÓRIA!

🌟🌟🌟🌟🌟

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

[A minha Opinião] O desempregado

 

[A minha Opinião] O desempregado

O desempregado é a minha estreia com o autor Ricardo Tomaz Alves. Eu poderei ser estreante mas o escritor não. Este é já o seu quinto romance, tendo já escrito outros livros como A Devota, Rio equilibrium, Livros de contos e pensamentos oitenta e Diário de uma vida

O título deste livro, bem como a sua sinopse despertaram a minha curiosidade e resolvi arriscar na sua leitura. O tema central do livro, como já é bem referido no titulo, é o desemprego. Sempre actual e pertinente, o autor aborda as consequências financeiras e psicológicas, que uma situação destas tem na vida de milhares de pessoas. Neste caso, a narrativa centra-se no percurso de Vicente, desde o momento em que fica desempregado, passando por todo o processo de inscrição no Centro de Emprego, na procura activa de um novo emprego até conseguir um contrato de trabalho. 

Não se pode dizer que o percurso de Vicente, neste período atribulado da sua vida seja pacífico. Há muita revolta. Revolta pelo sistema imposto pelos centros de emprego e segurança social, que fazem de um desempregado quase um criminoso, com apresentações quinzenais. Revolta pelos preços exorbitantes das habitações, que colocam jovens e famílias com a corda ao pescoço. Revolta pelos ordenados mínimos praticados, que mal dá para sobreviver. Sobre tudo isto o autor vai-nos falando, pela voz de Vicente. 

Vicente é o narrador principal desta história e é nele que se centra toda a narrativa. O primeiro impacto à personagem não é o mais abonatório, mas ao longo da leitura fui ganhando alguma empatia por ele. Apesar de certas atitudes revoltadas, nota-se que é um homem atento e até sensível a várias realidades sociais que o cercam.  

Quanto aos acontecimentos que vão sendo narrados, achei alguns deles pouco plausíveis. Há momentos na história que seriam impossíveis passar despercebidos e de acontecerem na realidade. Mas lá está, é o poder da imaginação e da ficção, tudo é possível. 

Quanto à escrita do Ricardo Tomaz Alves, achei fluída, acessível e com alguns momentos de humor. Ajudou bastante à leitura os capítulos serem curtos. Há momentos durante a narrativa que apelam à reflexão, mas também à revolta. É um bom retrato social e económico do nosso país. 

Apesar de não me identificar com algumas personagens e momentos da história, é uma leitura que entretém.  

Boas leituras!
🌟🌟🌟

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

[A minha Opinião] Sete minutos depois da meia-noite

[A minha Opinião] Sete minutos depois da meia-noite

Sete minutos depois da meia-noite, de Patrick Ness, foi a leitura conjunta do mês de Agosto, do Clube de Leitura Manta de Histórias. O género fantástico sempre foi o meu calcanhar de Aquiles mas confesso que esta leitura me surpreendeu. 

O autor inspirou-se numa ideia original da escritora Siobhan Dowd, que morreu de cancro em 2007. A acompanhar a sua maravilhosa história, estão as ilustrações fantásticas de Jim Kay. Texto e ilustração casam na perfeição neste livro, tornando-o numa obra de arte que qualquer leitor quererá ter na sua biblioteca. 

Desengane-se quem pega neste livro pensando que irá ler uma história leve, uma divagação de uma criança ou um sonho com fadas e princesas. As temáticas abordadas no livro são sensíveis mas tratadas com inteligência e cuidado pelo autor. Falar sobre perda e solidão é difícil. Patrick Ness encontrou as palavras certas, com a profundidade certa para abordar estes temas. 

Conor, um menino de treze anos, é o protagonista desta narrativa, É ele que me conduz, através da primeira pessoa, à realidade e fantasia da sua vida. Através da sua voz fico a conhecer as suas dores, incertezas, medos. Em vários momentos me apeteceu protegê-lo de todo o mal, evitar o seu sofrimento a todo o custo. Outra figura fantástica desta história é o monstro, que visita o Conor, precisamente à meia-noite e sete minutos. Uma figura que inicialmente Conor pensa que é imaginação mas que vai ganhando cada vez mais poder real na sua vida. 

Não vos vou adiantar mais nada sobre a história, porque quero mesmo que agarrem neste livro e o leiam. Quem, como eu, não gosta de ler fantasia, por favor dê uma oportunidade a este livro. É bem mais do que aquilo que esperarão dele. Fiz uma viagem fantástica com esta leitura. É cheia de lições de vida, faz-nos reflectir e emocionar. Foi-me impossível controlar as emoções nas páginas finais. Os olhos marejados de lágrimas quase não me permitiram ler. 

Uma leitura feita para o Desafio de Leitura Manta de Histórias 2020 e que vos recomendo sem reservas. 

Boas leituras!  
🌟🌟🌟🌟

segunda-feira, 6 de julho de 2020

[A minha Opinião] Teatro de Fantoches


Teatro de Fantoches M. W. Craven

Teatro de fantoches, de M. W. Craven, foi publicado pela Topseller, em Fevereiro de 2020. Ficou logo na minha retina. A sinopse é daquelas que aguça logo a curiosidade do leitor. Vinha muito bem referenciado, com vários prémios: Prémio CWA Gold Dagger, O Melhor Policial do Ano, O Livro-sensação do Ano. No Goodreads e na Amazon, aparece muito bem cotado pelos leitores. Tudo isto são logo incentivos extra à leitura. No meu caso, também motivo para não ir com demasiadas expectativas. Já me aconteceu desiludir-me com livros bem cotados.

A leitura deste livro foi inesperada. Não contava lê-lo em breve. Foi o livro escolhido para leitura conjunta do mês de Julho, do Clube de Leitura Manta de Histórias. Posso desde já dizer que foi uma escolha fantástica.  

Estava um pouco receosa da leitura, confesso. Sou uma leitora sensível e como tal, deixo-me impressionar com passagem mais gráficas, cruas, macabras. Quando vi que se tratava de um assassino que queimava pessoas ainda vivas, o receio aumentou. A leitores como eu, o que vos posso dizer é que, em todo o livro, só existem duas passagem que são um pouco mais gráficas. Essas passagens podem embrulhar-vos um pouco o estômago. Não se deixem assustar. Este leve incomodo é logo esquecido pelas cativantes personagens e pela narrativa. Caso não passe, bebam um chá, mas não de alcaçuz.

Teatro de Fantoches é o primeiro livro da série Washington Poe. Como já devem calcular, é o nome do inspector que investiga esta série de assassinos. Se o primeiro livro da série já é fenomenal, mal posso esperar pelos próximos. Pelo que investiguei no Goodreads já são quatro os livros lançados pelo autor. Temos muito que ler!

M. W. Craven foi brilhante na maneira como construiu esta história. Manteve-me sempre agarrada à leitura, ora com novas pistas que vai lançando, ora com a interacção entre as personagens principais do livro. Washington Poe e Tilly Bradshaw são uma dupla improvável mas com imenso potencial. Estas duas personagens não podiam ser mais o oposto uma da outra. Mas é nessa diferença que está a força da dupla. Poe tem sede de justiça e nunca deixa de persegui-la, mesmo que com isso sofra as consequências. Tilly é super inteligente, das melhores analistas, não há nada que ela não consiga descobrir. É fantástico acompanhar o crescimento da relação de amizade entre eles dois. O Poe e a Tilly que conheço no início da leitura, já não são os mesmo no fim. Nisso o autor fez um excelente trabalho de construção das personagens. 

Tilly Bradshaw é sem dúvida a grande personagem deste livro. Ela traz o inesperado. Nunca sabemos o que lhe vai na cabeça e nunca se adivinha o que irá dizer. A sua inadaptabilidade social em conjunto com a sua ingenuidade, foram responsáveis por me arrancar as melhores gargalhadas durante a leitura. Fantástica! 

Quanto desfecho do livro, o autor surpreendeu. Surpreendeu na revelação do assassino, que foi inesperado. Por mais peças e pistas que juntasse, nunca teria suspeitado. E gosto disso nos thrillers e policiais, que não sejam previsíveis, que me surpreendam. Tem também muitas questões que não foram respondidas e algumas suspeitas que não foram confirmadas. Espero que nos próximos livros da série o autor responda a todas estas dúvidas. 

O ponto menos a favor, que não diz respeito à história mas sim à edição. Fiz a leitura em formato ebook, e dei-me conta, por diversas vezes de "situaçõescomoesta" A falta de espaços entre palavras, o que corta logo a fluidez da leitura. Será algo a rever pela Topseller nas futuras edições.  

Para concluir, que já me estou a estender, espero que a Topseller publique muito em breve o segundo livro da série. Fiquei com imensa vontade de ler o próximo livro. Se demorar muito a sair em português, sou bem capaz de comprar o livro em inglês. 

Leitura mais que recomendada. LEIAM É FANTÁSTICO!

🌟🌟🌟🌟🌟

quarta-feira, 1 de julho de 2020

[A minha Opinião] A rapariga que sobreviveu


A rapariga que sobreviveu, de Leslie Wolfe

A rapariga que sobreviveu, é o segundo livro da série Tess Winnett. Recordo-vos que o primeiro livro é A rapariga sem nome. As histórias destes dois livros são independentes. No entanto, aconselho-vos a ler os livros pela ordem da série, para que assim possam compreender as vivências e crescimento da personagem central Tess Winnett. 

À semelhança do primeiro livro, temos mais um assassino em série à solta e outro no corredor da morte. Estes dois assassinos têm mais em comum do que o que se possa esperar. Cabe à Tess, mais uma vez, solucionar estes crimes, e fazer justiça por estas mulheres. 

Tess mantém o carácter de mulher forte, que vai ao fundo das questões, doa a quem doer, que luta pelo que acredita, sofrendo ela as consequências. O reverso da medalha, é que não faz propriamente amizades dentro das forças policiais, por ter esta personalidade. Mas por trás desta capa de mulher durona, está uma mulher sensível e traumatizada, que todos os dias luta contra os seus fantasmas. É impossível não sentir empatia por esta personagem e pelas suas dores. 

A autora Leslie Wolfe mantém uma escrita cativante, com capítulos curtos e ricos em diálogos. Gostei do facto de me ter dado a perspectiva do assassino, levando-me numa viagem pela sua mente retorcida. 

O ponto menos favorável deste livro, é que descobri cedo demais quem era o assassino. Confesso que este facto tira um pouco da piada à leitura. O entusiasmo dos thrillers está na constante ligação de pistas, para nos levar ao criminoso. Na audácia do autor em baralhar-nos as ideias. Não gosto quando descubro cedo demais o mau da fita. Apesar deste pormenor, não deixa de ser um livro que se lê super bem. 

Quero continuar a acompanhar o percurso da Tess Winnett e ver que mais nos reserva esta mulher de armas. O terceiro livro A rapariga fatal, está quase aí. Irei querer ler, como é óbvio.  

Leitura recomendada! 

🌟🌟🌟🌟

quarta-feira, 17 de junho de 2020

[A minha Opinião] A grande solidão


A grande solidão Opinião de leitura


A autora Kristin Hannah não me é totalmente desconhecida. Já antes tive oportunidade de ler um dos seus livros. O Rouxinol foi o livro escolhido para fazer a minha estreia. Nessa altura, a leitura causou-me grande impacto. Portanto, quando me sugeriram a leitura deste livro, não tive dúvidas nenhumas que iria gostar muito da leitura. 

Ambos os livros, O Rouxinol e A grande solidão, foram leituras conjuntas, organizadas no Clube de Leitura Manta de Histórias. Um pormenor interessante, é que foram lidos no mês de Junho. Um em 2019, outro em 2020. 

Devo confessar que as expectativas estavam elevadas em relação a este livro, e não saíram defraudadas. Comparando ao livro que li anteriormente, as semelhanças estão obviamente na escrita cativante da autora e nas personagens principais, mais uma vez focadas nas mulheres. As diferenças estão nas temáticas desenvolvidas. No primeiro livro li sobre a ocupação nazi, em França, neste livro li sobre violência doméstica. 

Como referi anteriormente, o tema abordado neste livro é sensível. Falar sobre violência doméstica e retratá-la num livro requer imensa sensibilidade. Nisso Kristin Hannah não falhou, pelo contrário. Durante a leitura do livro, senti as dores das personagens que sofriam este flagelo. Além deste tema, ainda é abordado o stress pós-traumático sofrido por antigos combatentes de guerra. Na época retratada, 1974, o apoio a este combatentes era inexistente, deixando muitos deles entregues aos seus demónios. 

A quase totalidade da acção é passada no Alasca. É descrito como um lugar inóspito, remoto, selvagem e imprevisível. A escolha do lugar da acção. para mim, é perfeita. Assenta que nem uma luva à narrativa e às personagens. A autora preocupou-se em dar ao leitor uma descrição do Alasca, sem ser exagerada. Fiquei com a real noção do ambiente que rodeava as personagens, dos seus perigos mas também das suas maravilhas. 

Quanto às personagens, são muitas, mas não senti dificuldade em identificá-las durante a narrativa. Há que dizer que houve personagens que ganharam o meu coração e outras que odiei. As mulheres aqui representadas, são mulheres fortes. Sim, porque no Alasca não há outra opção, têm de ser fortes. 

Leni e Cora, mãe e filha, têm o papel principal nesta história. É em torno delas que gira toda a narrativa. Os meus sentimentos por ambas as personagens são diferentes. Tive empatia imediata pela Leni e sentimentos contraditórios pela Cora. Quanto às personagens secundárias, houve duas que conquistaram o meu coração, a Marge, outra mulher corajosa e Matthew, um homem de bom coração. Quanto à personagem que odiei, não irei referir. Vocês assim que leiam o livro irão descobrir qual é. 

Outro pormenor sobre a minha leitura, que vos quero referir, é a emoção que me despertou. Em vários momentos da leitura senti as dores das personagens. Senti empatia, impotência, revolta, esperança. Em alguns momentos foi impossível controlar as lágrimas, que teimaram em aparecer. Portanto, a quem é mais sensível e emotivo, recomendo os belos dos lenços de papel, a uma distância não superior a um metro. 

Alguns acontecimentos durante a história foram um pouco previsíveis. No entanto, não os considerei prejudiciais à narrativa. Muitos podem ter uma opinião diferente da minha, e será igualmente válida. A meu ver, a autora cumpriu e ofereceu ao leitor uma história inesquecível. 

Se estão a ler estas linhas, então certamente saberão o que vos irei dizer. POR FAVOR, NÃO DEIXEM DE LER ESTE LIVRO. É MARAVILHOSO!

Leitura mais que recomendada! 

🌟🌟🌟🌟🌟  


sexta-feira, 6 de março de 2020

[A minha Opinião] Um Pingo na Água

Um Pingo na Água

Ann Yeti não é uma autora desconhecida para mim. Tive o privilégio de ler o seu primeiro livro "Um Fio de Sangue". Confesso que estava muito curiosa para ler este seu novo livro.

Um pingo na água", mantém o registo que a autora já me habituou. A Ann Yeti tem uma linguagem  muito própria. Com a sua escrita cuidada, elegante e algumas vezes poética, conduz habilmente o leitor ao longo da narrativa. É por isso que digo sempre que os seus livros sabem-me sempre a pouco. 

No que à história aqui narrada diz respeito, temos três personagens, com maior destaque para a Ana. Ana é uma mulher independente, bem sucedida profissionalmente, com um fiel grupo de amigos, mas que em questões de coração,  nunca se dá totalmente a alguém. Este muro que levanta, tem raízes profundas no seu passado. A questão é se será Ana capaz de derrubar esse muro e deixar alguém entrar. Obviamente que não vos irei revelar se o consegue ou não fazer. 

Quanto aos personagens secundários, temos João e  Carlos. Dois homens completamente distintos um do outro, mas com algo em comum, a sua paixão por Ana. Agora vocês estarão a pensar que a  história narra um trio amoroso. Até podia ser mas não é. Longe disso! A história narra um período da vida de Ana, que a leva numa viagem de atribuladas emoções.
É também uma história de segundas oportunidades. Porque nisto da felicidade, nem sempre se acerta à primeira.

Mas como a Ann Yeti já me habituou, todas as suas histórias têm sempre um tanto de sensualidade, outro tanto de rebeldia e uma reviravolta inesperada.

Para o próximo livro, fico à espera do dobro das páginas, com mais camadas de história para ir desvendando.

Boas leituras!

🌟🌟🌟

Saiba mais sobre o livro aqui.

Opinião do livro Um Fio de Sangue aqui.

Nota Biográfica & Pessoal

Nota Biográfica
Ann Yeti é o pseudónimo de uma autora portuguesa com raízes australianas. Tem dois livros publicados: a novela Um Fio de Sangue (Dezembro 2018 pela Emporium Editora) e o romance Um Pingo na Água (Março 2020 com a chancela Sell Out do Grupo Narrativa).

Nota Pessoal
“Fui uma criança solitária mas nem por isso menos feliz. Tive por boa companhia muitas leituras e a minha imaginação. Fui, depois, uma adolescente introvertida, embrenhada nos meus pensamentos e nos muitos planos e projetos para a idade adulta. Filha única, de pais separados. Vivi entre dois continentes e viajei o mais que pude entre eles.
Sempre gostei de animais. No decurso das minhas viagens tive experiências maravilhosas: nadei com golfinhos e com peixes coloridos, dei biberão a um elefante, vi leões no seu habitat natural, tive um coala ao colo e uma piton às costas (separadamente, claro). Gosto de todos os animais, até de répteis. Só não gosto de insetos. Admiro as formigas e tolero-as desde que não me entrem em casa; protejo as abelhas porque são uma riqueza natural em risco de extinção no mundo inteiro; deixo as aranhas sossegadas até aos 2cm, depois disso… zás, sapatada (mas fico cheia de remorsos). Fico histérica com besouros e baratas voadoras: corro como se não houvesse nada à frente e, por causa disso, já me ia partindo toda.
Já dobrei o Cabo Bojador (leia-se, os 40). A partir daí, é sempre a velejar para baixo até ao Cabo das Tormentas! Um dia, deixei a vida agitada e exilei-me no Alentejo, longe de tudo, no meio do nada, onde o silêncio pode ser viciante. Troquei os animais exóticos pelos animais autóctones: rolas e perdizes macho a chamar as fêmeas na cumeeira do telhado, pássaros de todos os tamanhos e cores, lebres à sombra no meu recanto de meditação, uma raposa que vem roubar-me o tapete dentro de casa, javalis a restolhar junto das azinheiras próximas.
E a escrita! Essa paixão antiga, esconsa, fragmentada, começou a tomar contornos mais definidos. Digo que sou uma contadora de histórias; o futuro dirá se as minhas histórias têm asas para voar.”