domingo, 12 de junho de 2022

[A minha Opinião] Os Quatro Ventos


Os Quatro Ventos é o quarto livro que leio da autora e todas as leituras foram leituras conjuntas no clube de leitura Manta de Histórias. Esta foi a nossa 40ª leitura, e que leitura!

Por onde hei-de começar? Nem sei! Kristin Hannah tem este poder de nos deixar sem palavras. Tinha expectativas altas para esta leitura, que foram largamente ultrapassadas. 

Todos nós, em alguma altura do nosso percurso escolar, ou de vida, ouvimos falar da Grande Depressão, que levou muitos à miséria e ao desemprego. O que eu desconhecia é que na mesma época, o Dust Bowl ou melhor dizendo, as tempestades de pó, mandaram igualmente muitos americanos para a miséria.  Para agravar a situação já de si desesperante, atravessaram períodos de seca extrema. É neste cenário devastador que se passa grande parte da narrativa. As descrições da autora sobre a seca e as tempestades de pó foram tão reais, que me senti muitas vezes, coberta de pó, a morrer de calor e com dificuldades em respirar. A autora transporta-nos de forma mágica e também cruel para uma realidade negra e desesperante. 

Acompanhamos o percurso de vida de Elsa Martinelli, personagem principal desta história, e que personagem! É impossível não se deixar inspirar pela história de luta desta personagem e pela vida cheia de espinhos que teve. Mas não há rosas sem espinhos, e Elsa encontrou as suas rosas nos seus filhos, Loreda e Ant e nos seus sogros Tony e Rose. A vida também lhe soube trazer a amizade sincera de Jean e uma paixão inesperada (não direi nomes para não estragar a surpresa), que a fez sentir viva e amada. 

Já não lia um livro tão duro como este, faz tempo. Os murros no estômago e as advertências que devemos estar gratos pela vida que temos, são uma constante durante a narrativa. Estas personagens são uma inspiração, principalmente a Elsa Martinelli, uma guerreira, lutadora, trabalhadora, resiliente, corajosa (apesar de achar que não), uma mãe leoa.  

As páginas foram passando e a minha esperança foi crescendo para que a família Martinelli,  o Clube dos Exploradores, como se apelidavam, tivesse o seu final feliz. 

Esta não foi uma leitura nada fácil de fazer, e no entanto as páginas foram sendo lidas sem eu dar por elas. As emoções sempre à flor da pele. Portanto, aconselho aos mais sensíveis, que prepararem um stock de lenços, vão ser precisos. Quem avisa amiga é.  

Não sei mais o que vos dizer sobre este livro. Acho que todas as palavras que encontrar serão poucas para vos dizer o quanto adorei este livro. Bem sei que ainda não li muitos livros este ano, mas arrisco a dizer que este será a melhor leitura do ano. 

Se já adquiriram este livro e o têm nas vossas estantes, façam desta leitura prioridade. Se ainda não o têm, por favor, adquiram o livro o quanto antes e leiam. Leiam e depois digam-me se vos fiz uma boa recomendação (sei que estou a fazer). 

Só para terminar, deixo-vos com uma das grandes mensagens deste livro: "O amor é aquilo que fica."

Boas leituras! 

Citações a guardar: 

"(…) só era possível viver sem amor se nunca se tivesse conhecido o amor.”

"Mães e filhas. Salvamo-nos umas às outras, sì?."

"Até àquele momento, Elsa nunca soubera a diferença que um amigo poderia fazer. Como uma pessoa nos poderia animar o suficiente para nos manter de pé."

"A sobrevivência exigia coragem, persistência e esforço. Era muito fácil desistir. Por mais medo que tivesse, todos os dias tinha de ensinar os filhos a sobreviver"

 "Eu digo que as pessoas que ficam presas ao passado perdem a oportunidade de ter um futuro."

"Ele dizia-me que a coragem é uma mentira. Não passava de medo que se ignora."

"Preferia procurar o amor e falhar do que nunca procurar. 

"Não era o medo que era importante na vida. Eram as escolhas que se fazem quando se tem medo. Somos corajosos por causa do medo, não apesar dele. 

🌟🌟🌟🌟🌟

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Baiôa sem Data Para Morrer, de Rui Couceiro - Novidade Porto Editora

 

Baiôa sem Data Para Morrer, de Rui Couceiro - Novidade Porto Editora

ISBN: 978-972-0-03582-0
Edição/reimpressão: 06-2022
Editor: Porto Editora
Encadernação: Capa mole
Páginas: 448
PVP: 19,90€ 

Sinopse
Quando um jovem professor decide aceitar a mão que o destino lhe estende, longe está de imaginar que, desse momento em diante, de mero espectador passará a narrador e personagem da sua própria vida. Na aldeia dos avós, no Alentejo mais profundo, Joaquim Baiôa, velho faz-tudo, decidiu recuperar as casas que os proprietários haviam votado ao abandono e assim reabilitar Gorda-e-Feia, antes que a morte a venha reclamar. Eis, pois, o pretexto ideal para uma pausa no ensino e o sossegar de um quotidiano apressado imposto pela modernidade. Mas, em Gorda-e-Feia, a morte insiste em sair à rua, e a pacatez por que o jovem professor ansiava torna-se um tempo à míngua, enquanto, juntamente com Baiôa, tenta lutar contra a desertificação de um mundo condenado.
Num romance que tanto tem de poético como de irónico, repleto de personagens memoráveis e de exuberância imaginativa, e construído como uma teia que se adensa ao ritmo da leitura, Rui Couceiro põe frente a frente dois mundos antagónicos, o urbano e o rural, e duas gerações que se encontram a meio caminho, sobre o pó que ali se tinge de vermelho, o mais novo à espera, o mais velho sem data para morrer.

Rui Couceiro nasceu no Porto, em 1984. É licenciado em Comunicação Social, mestre em Ciências da Comunicação e tem uma pós-graduação em Estudos Culturais. Orgulha-se de ter crescido de joelhos esfolados, em Espinho. Foi campeão nacional de voleibol em todos os escalões de formação e considera que o desporto foi a sua principal escola. Durante a adolescência, decidiu que queria ser jornalista e, aos quinze, começou um percurso de oito anos numa rádio local. Estagiou na SIC e foi correspondente da LUSA, até perceber, em 2006, que afinal não queria o jornalismo, mas sim apostar noutra paixão – os livros. Foi assessor de comunicação e coordenador cultural da Porto Editora durante dez anos, até que, em 2016, assumiu funções de editor na Bertrand, tendo desde então a seu cargo a chancela Contraponto. Nos últimos anos, reatou colaborações com a comunicação social: primeiro, partilhou com a escritora Filipa Martins a autoria e apresentação do programa «A Biblioteca de», na rádio Renascença; atualmente, escreve para o site da revista Visão. É, desde 2021, membro do Conselho Cultural da Fundação Eça de Queiroz. Abandonou uma tese de doutoramento em Estudos Culturais, para escrever este romance.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

O Dicionário das Palavras Perdidas, de Pip Williams - Novidade Porto Editora

 

O Dicionário das Palavras Perdidas, de  Pip Williams - Novidade Porto Editora


Título: O Dicionário das Palavras Perdidas
Autora: Pip Williams
Tradução: Maria do Carmo Figueira
Páginas: 424
PVP: 19,90€

Sinopse
Em 1901, descobriu-se que faltava a palavra “escrava” no Dicionário de Inglês Oxford. Esta é a história da menina que a roubou.
Esme nasceu num mundo de palavras. Órfã de mãe e irreprimivelmente curiosa, passa a infância no Scriptorium, um barracão de jardim em Oxford onde o pai e um grupo de lexicógrafos dedicados selecionam palavras para o primeiro Dicionário de Inglês. Esme acompanha tudo a partir do seu lugar, debaixo da mesa, sem ser vista nem ouvida. Um dia, um pedaço de papel contendo a palavra “escrava” cai ao chão. Esme apanha-o e esconde-o na velha caixa de madeira da sua amiga, Lizzie, uma jovem criada de servir na casa grande. Esme começa a reunir outras palavras do Scriptorium, palavras descartadas ou negligenciadas pelos homens do dicionário. Palavras que a ajudam a entender o mundo.
Com o passar do tempo, Esme percebe que certas palavras são consideradas mais importantes do que outras, e que as que se relacionam com as experiências das mulheres acabam muitas vezes excluídas.
Como surgiram os primeiros dicionários? Quem selecionava as palavras?
E porque é que algumas palavras eram consideradas mais importantes do que outras? Pip Williams conta-nos esta história numa narrativa envolvente que é também uma maravilhosa história de amor.
É com o movimento sufragista feminino no auge e a Grande Guerra a aproximar-se a passos largos que se desenrola a ação de O Dicionário das Palavras Perdidas: uma narrativa escondida nas entrelinhas de uma história escrita por homens. Inspirada em factos reais, Pip Williams mergulhou nos arquivos do Dicionário de Inglês Oxford para contar esta história. O Dicionário das Palavras Perdidas é uma celebração deliciosa, lírica e profundamente instigante das palavras e do poder da linguagem para moldar o mundo.

Pip Williams nasceu em Londres, cresceu em Sydney e, atualmente, vive em Adelaide Hills, no Sul da Austrália, com a família e uma variedade de animais. Dedicou a maior parte da sua vida profissional a estudar e a pesquisar questões de ordem social; é autora de One Italian Summer, um livro de memórias das viagens da sua família em busca de uma vida melhor, que foi publicado na Austrália com enorme sucesso. Com base em pesquisas nos arquivos do Oxford English Dictionary, O Dicionário das Palavras Perdidas é o seu primeiro romance.