Janeiro já começa a ser sinónimo de um novo livro do Nuno Nepomuceno. O ano passado, por esta altura, já andava toda entusiasmada com a leitura de A Morte do Papa. A isto é que eu chamo começar bem o ano!
Não é segredo para ninguém que sou super fã dos livros do autor. É o meu autor português favorito. Os seus livros são fantásticos. Além disso é uma pessoa humilde e tudo faz para manter o contacto com os seus leitores. É o completo oposto do escritor Adam Immanuel, presente em O Cardeal.
Antes de avançar para a minha opinião sobre esta leitura, só quero referir o magnífico trabalho da Vera Braga, a responsável por esta capa incrível. Acreditem, ao vivo ainda é mais bonita.
Agora vamos lá falar sobre este livro, e que livro! Só vos digo, o Nuno Nepomuceno é o mestre do engano. Vai tecendo aqui uma teia narrativa que é qualquer coisa de fantástico. Começando pelo título do livro, O Cardeal, que tem múltiplos sentidos e significados durante a história. Quando lerem o livro irão entender o que vos digo.
A história começa a todo o gás. O primeiro capitulo agarrou-me logo. É a terapia de choque, que o autor tão bem sabe fazer. Mas leitores, se pensam que as cenas chocantes terminam ali, então preparem-se para as páginas seguintes. E mais não vos digo! O que posso adiantar é que este livro me fez lembrar, o segundo livro da série, Pecados Santos. Não pela história ou acontecimentos narrados, mas pela violência dos crimes, o ambiente sombrio e misterioso.
O Cardeal, além do casal Catalão, irá centrar-se em duas personagens já nossas conhecidas de A Morte do Papa, Lizzie e Adam Immanuel. É em torno delas que toda esta história se desenrola. E que novelo de intrigas e segredos aqui anda. Incrível! Estes protagonistas estão fortemente ligados ao mundo dos livros. Adam por ser escritor, mas não um por quem os leitores nutram grande simpatia, dado a sua arrogância. Lizzie, uma sub-bibliotecária, na Biblioteca de Wren, que adora livros e trabalha no que a apaixona. Todo este universo literário é trazido para a história e encaixa na perfeição na narrativa.
Outro pormenor que gostei muito foi o de reencontrar outras personagens, de livros anteriores da série. Irão aparecer nesta história John Ashton-Davies, um antigo professor de Afonso Catalão, bem como a Sofia Conti, uma antiga aluna de Afonso, que conhecemos no livro A última ceia.
De Lisboa a Cambrigde, cidade já nossa conhecida e marcante para Afonso Catalão, passando por Londres, a Cidade do Vaticano e Amesterdão, esta leitura é uma viagem. A história só tem a ganhar com todas estas realidades e paisagens. O autor transporta-nos para todos estes sítios e faz-nos viajar sem sairmos do lugar. Senti-me como uma turista, numa visita guiada pelo Nuno Nepomuceno.
São tantos os aspectos positivos deste livro, a escrita do Nuno Nepomuceno, que está cada vez melhor de livro para livro. A construção da história e todas as teias de ligação tão bem urdidas. A inspiração em acontecimentos reais e que resultam muito bem na história. As personagens tão bem construídas, pelas quais senti empatia ou então um ódio de morte. A credibilidade da história e dos protagonistas, que aproxima e conquista o leitor para a narrativa. O aspecto negativo desta leitura é já a ter terminado e agora ter de esperar, pelo menos mais um ano, para voltar a ter um novo livro do autor.
Leitores, façam um favor a vocês mesmos. Se não conhecem o autor e a série Afonso Catalão, recomendo-vos que leiam. Comecem esta viagem pelo livro A Célula Adormecida e continuem com Pecados Santos, A Última Ceia, A Morte do Papa e finalmente O Cardeal. Verão que valerá a pena descobrir este autor e todas estas histórias. Se aceitarem o meu desafio, depois façam-me saber o que acharam das leituras.
Boas leituras!
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