Quando o Nuno Nepomuceno anunciou aos seus leitores que teria um novo livro, no início de janeiro, fiquei empolgada com a notícia. Sou super fã do autor, e depois de ler "Pecados Santos", em 2018, as expectativas estavam altíssimas.
"A Última Ceia" é um livro bem diferente do seu antecessor, "Pecados Santos". Neste livro o foco é a arte, mais precisamente o fresco de Leonardo da Vinci, Il Cenacolo, mais conhecido por A Última Ceia. Toda a história se centra neste fresco e no roubo das suas cópias. Será que nos vamos deixar enganar?
O Nuno Nepomuceno traz-nos novas personagens. Sofia Conti, a protagonista feminina da história, Giancarlo Baresi, protagonista masculino da história. Estas duas personagens fazem o par romântico. Catherine Waterhouse, curadora, Richard Waterhouse, presidente da instituição Academia Real das Artes de Londres, Arthur Miller, antigo investigador de seguros e Domenico Montanari, arcebispo. Todas estas personagens são peças fundamentais para a trama criada pelo autor. A juntar-se a elas, personagens já velhas conhecidas nossas como o professor Catalão, a Diana, o pequeno Rodrigo, o imã Yusef e o enigmático POC.
Durante a leitura ando em constante viagem entre Lisboa, Milão e Londres. As duas últimas cidades fervilham sempre com acontecimentos chave para a narrativa. É em Milão que desaparecem as cópias de A Última Ceia e em Londres, tenta-se recuperá-las e trazer à ribalta a última cópia de Giampietrino.
Como é que Afonso Catalão, nosso velho conhecido, entra nesta história? Pois bem, basta dizer que Sofia Conti é uma antiga aluna do professor, e mais não digo. Gostei de voltar a encontrar esta personagem. Neste livro temos mais revelações acerca do seu passado e de um episódio que o marcou para todo o sempre. Esse mesmo episódio fez-me compreender melhor a personalidade do professor Catalão e o seu percurso académico.
Quanto à escrita do Nuno Nepomuceno, continua tão boa como sempre. Oferece-nos viagens constantes durante a leitura. Brinda-nos com capítulos pequenos, sempre com pequenas revelações e pistas. As personagens, como sempre, são singulares, com personalidades muito próprias. As pequenas histórias secundárias, que vão surgindo, são sempre algo misteriosas, chocantes, enriquecendo a narrativa. E o trabalho de pesquisa do autor, para escrever os seus livros, é bem notório. Aprendo sempre imenso com os seus livros.
Este livro não supera o "Pecados Santos", para mim um livro brutal, chocante, surpreendente. Mas mesmo não superando o seu antecessor, (também por se centrarem em temas tão desiguais) é um livro muito bom, com uma história bem urdida e uma aula de arte fantástica.
Fico à espera, que daqui a um ano, esteja a ler novamente, um novo livro do Nuno Nepomuceno.
Recomendo, sem reservas, a leitura deste livro.
Boas leituras!
🌟🌟🌟🌟
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