terça-feira, 24 de março de 2020

Os pássaros, de Célia Correia Loureiro - Novidade Coolbooks

Os pássaros

ISBN: 978-989-766-205-8
Ano de edição ou reimpressão: 03-2020
Editor: Coolbooks
Encadernação: Capa mole
Páginas: 210
PVP: 15,50€

Sinopse
Volvidos seis anos da separação, Diogo e Manuela refletem, em voz alternada, sobre os acontecimentos que levaram a esse desfecho. Ao ritmo a que a mágoa lhes permite recordar, vão revelando os contornos do seu trauma indizível num discurso intimista e confessional. É-lhes vital esquecer, superar. Mas será que ainda há vida depois de uma perda desta dimensão?

Um breve encontro de mãos. O corpo a ser-me cingido num abraço e depois largado. Os olhos envenenados de sonhos e o teu pai à distância, a repelir-me, a fugir-me por entre os dedos. Água a escapar-se-me da palma da mão. A boca dele era o Pacífico no seu ponto mais profundo, onde a Terra é um abismo de escuridão e de pressão indomável. Eu desejava-o, irracional e imoralmente, inconsciente do que era a ânsia física e do muito que me entorpecia cada movimento. Era jovem e crente. O tempo revolve-se como uma onda sobre esse desejo enterrado, que ainda pulsa. Lateja sete palmos abaixo da superfície. Somando todos os meus dias, vejo que tudo o que foi meu se agita sob pazadas de terra. Um império de pó.

Célia Correia Loureiro nasceu em Almada, em 1989. É Guia-Intérprete Nacional e Técnica de Turismo. Fala Italiano, Inglês e Francês. Gosta de gatos e de crepes com Nutella. De todas as cidades que visitou, é por Siena que morre de amores. De todos os autores que leu, destaca John Steinbeck por As Vinhas da Ira, e está sempre disposta a dispensar mais quatro horas da sua vida ao visionamento de E Tudo o Vento Levou. Demência foi o seu primeiro romance publicado, em 2011. É um livro que continua a ser-lhe muito próximo, por ser um grito de revolta contra as circunstâncias da mulher portuguesa no século XX, e da mulher ainda vulnerável, isolada e silenciada pelos bons-costumes, no mesmo contexto de ruralidade, em pleno século XXI.

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