O que me despertou a atenção para este livro foi o seu título que nunca mais acaba. Tentei procurar um significado para o mesmo, mas não cheguei lá. O autor fez-me o favor de dissipar as minhas dúvidas durante a leitura.
Assim que recebi o livro e o comecei a folhear, chamou-me a atenção a playlist inicial. Uma série de músicas que o autor nos sugere. Cada uma delas é referida no início de cada capítulo. Para quem gosta de ler com música, a banda sonora já está escolhida para este livro.
Como diz a sinopse do livro, está história é meio autobiográfica, meio ficcionada. Antonio é a personagem principal e vai narrando ao leitor o seu primeiro coração partido. Esta primeira desilusão amorosa, faz com que Antonio se perca pelo passado e vá contando ao leitor momentos da sua infância, coisas sobre a sua família, sobre as vivências escolares, sobre si próprio e a luta constante consigo mesmo, para se sentir bem e integrado. Antonio, apesar de ser italiano, sempre foi tratado como se fosse um imigrante no seu próprio país. Sendo filho de pais africanos, sempre sentiu na pele a descriminação, o racismo, o preconceito por ser negro.
O autor passa por temas importantes como o racismo, o amor, a família, a amizade, de uma forma inteligente, com uma escrita simples e cativante. Os capítulos pequenos e directos ao assunto, fazem com que seja fácil passar as páginas sem me dar conta. Durante a leitura foram muitos os post-its usados para marcar passagens que achei bonitas, singulares, actuais.
Um livro que merece ser lido e ouvido. Afinal temos de dar uso à playlist que nos foi deixada pelo autor. Um bom livro de estreia do escritor.
Boas leituras!
"Contudo, não gosto daquilo em que eu me tornei, daquilo em que nós nos tornámos, substituindo conversas de rua pelos chats partilhados, as palavras escritas nas paredes pelos posts nas páginas, os excessos pelos acessos."
"Existem pessoas que entram em nós e quando decidem ir-se embora levam tudo, como uma empresa de mudanças que executa uma penhora."
"Eu acredito em quem ama sem vergonha um branco, um negro, uma mulher, um homem. porque, para além da origem ou do sexo, certas pessoas ensinam-te a amar simplesmente fazendo-te sentir melhor."
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