sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Um Grito de Socorro [A minha Opinião]


Este é já o segundo livro que leio da autora Casey Watson e só vos posso dizer, que história! Admiro a coragem e força desta mãe de acolhimento. Não sei se eu própria teria a sua coragem. 

As histórias contadas por Casey Watson, para mim são sempre difíceis de digerir. Primeiro, porque são acontecimentos reais vividos por esta mãe de acolhimento e a sua família, segundo, porque a narrativa centra-se sempre sempre em crianças traumatizadas e com infâncias dolorosas, terceiro, os comportamentos e palavras destas crianças assustam qualquer um. 

Depois de ter lido O Menino que Ninguém Amava (opinião aqui), já estava mentalizada, antes de iniciar esta leitura, que seria uma história que iria mexer com as minhas emoções, que me iria retirar a tranquilidade. 

Casey Watson tem uma maneira muito própria de narrar os acontecimentos, de transmitir ao leitor as inquietações do momento, de despoletar um turbilhão de sentimentos. A autora aborda temas sensíveis de um forma inteligente e cuidada, procurando uma certa leveza na narração da história e ao mesmo tempo consciencializando o leitor para uma realidade dolorosa.

Sophia é a segunda criança a ser acolhida por Casey Watson desde que aceitou o desafio de ser mãe de acolhimento. Esta criança vai desafiar e colocar à prova toda a força e coragem desta mãe e da sua família. 

Sophia é uma criança com um comportamento inconstante, por vezes violento, manipula tudo e todos para conseguir o que quer e quando contrariada reage de formas inesperadas. Casey e a sua família nem sonhavam, quando aceitaram este acolhimento temporário, que iriam passar pelo maior desafio das suas vidas até à data. Sophia irá testar esta família até ao limite do humanamente possível. 

Casey Watson ofereceu-me uma leitura cheia de voltas e reviravoltas, de surpresas inesperadas, de lições de vida, de consecutivos murros no estômago. São sempre leituras que me deixam emocionalmente esgotada mas que ao mesmo tempo me abrem os olhos para uma triste realidade, infâncias roubadas, infâncias traumáticas, infâncias dolorosas. Quando leio estas historias agradeço sempre pela família que tenho e pela infância que me proporcionaram. 

A autora levanta um pouco o véu, no final do livro, quanto ao próximo desafio. "Três irmãos que necessitavam de refúgio urgente de uma vida familiar traumatizante e perigosa."  Se uma criança traumatizada já é um desafio enorme, nem quero imaginar três. Fico a aguardar com curiosidade pelo próximo livro da autora. 

Até lá o que posso fazer é recomendar-vos esta leitura. Apesar dos temas difíceis que aborda, torna-nos mais sensíveis e mais atentos a estas problemáticas.  

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