A 19 de Julho de 1885, em Cabanas de Viriato, nascia Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches.
Mais do que biográfico, este é um importante livro sobre a história de Portugal e do Holocausto nazi na 2ª Guerra Mundial. Conhecemos bem quem foi Aristides de Sousa Mendes, a sua família, os valores que defendia, um homem de fé, lutador, corajoso e acima de tudo generoso.
A sua vida é apresentada desde tenra idade até à sua morte. Foi um homem que viajou e conheceu o mundo durante a sua carreira diplomata. O mais importante cargo foi sem dúvida o de Cônsul de Portugal em Bordéus, no inicio da 2ª Guerra Mundial. Aristides desobedeceu às ordens directas de Salazar de recusar conceder vistos. Conta Pedro Nuno, que seu pai, Aristides, disse: "A partir de agora, vou dar vistos a toda a gente, deixou de haver nacionalidades, raças, religiões." Diz mais ainda: "Em seguida, o nosso pai disse-nos que tinha ouvido uma voz, a da sua consciência o a de Deus, que lhe ditara a conduta a seguir, e que agora tudo estava esclarecido para ele." O sobrinho César Mendes recorda-se do tio dizer: "Não posso consentir que todas estas pessoas morram. Muitas delas são judias e a nossa Constituição diz claramente quem nem a religião, nem as ideias politicas de um estrangeiro podem servir de pretexto para lhe recusar a entrada em Portugal." É desta forma e seguindo a sua fé de cristão que Aristides de Sousa Mendes com a ajuda dos seus filhos, sobrinhos e do rabino Jacob Kruger, salva milhares.
Por desobedecer a uma ordem de Salazar, Aristides de Sousa Mendes é punido. Fica suspenso de exercer as suas funções, o seu salário é cortado para metade, é privado de exercer a profissão de advogado. Tudo isto contribui para que a sua vida dê uma grande volta e que o cônsul e a sua numerosa família se veja na miséria, ajudados pela solidariedade de muitos.
A sua pobreza será ainda maior e vê-se obrigado a se desfazer dos bens que ainda lhe restam para poder, ao menos comer.
Aristides de Sousa Mendes, morre a 3 de Abril de 1954, vitima de uma nova congestão cerebral e de uma pneumonia. Não tendo as suas vestes, é enterrado com um hábito de burel dos franciscanos.
Muitos anos depois da sua morte, Aristides de Sousa Mendes recebe inúmeros reconhecimentos. Este será sempre recordado como o homem que salvou milhares do terror do Holocausto.
Uma leitura obrigatória e que recomendo pela sua lição de vida e de história.
Boas leituras!
Para mais informações acerca do livro, visitem a página da Editorial Presença.
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