quarta-feira, 23 de setembro de 2020

António Variações - Uma Biografia de Bruno Horta e Helena Soares - Novidade Suma de Letras

António Variações - Uma Biografia de Bruno Horta e Helena Soares - Novidade Suma de Letras


ISBN: 9789896659325
Ano de edição ou reimpressão: 09-2020
Editor: Suma de Letras
Encadernação: Capa dura
Páginas: 152
PVP: 19,90€

Sinopse
Diz-se que António Variações era um artista à frente do seu tempo. Que era talvez demasiado moderno para um Portugal ainda tão cinzento e conservador, um país cujas aldeias perdidas no interior tinham parado no tempo e não tinham espaço para espíritos inquietos como o de António Joaquim Rodrigues Ribeiro. Variações, que assim decidiu chamar-se, fez-se sozinho. E quando conseguiu aquilo que sempre sonhou, quando todos na rua o cumprimentavam, quando a sua música explodiu nas rádios, morreu. Demasiado cedo, dizemos todos. Mas mesmo com pouco tempo de vida e música, deixou-nos a todos um legado único e extraordinário que ainda hoje inspira tantos músicos e artistas portugueses. Este livro é resultado dessa inspiração e também uma homenagem a um homem que nos deu tudo o que tinha para dar.

"Viveu sozinho, à sua maneira, muito incompreendido, se é que ele próprio se compreendeu. Exigente e dono da razão, exótico, louco, apontado, foi até ao fim o mesmo miúdo que chegou a Lisboa sem nada, que falava baixinho e tinha vergonha e por isso desejou tantas vezes regressar à origem: "Adeus que me embora vou/ Vou daqui prà minha terra/ Que eu desta terranão sou."

Sobre os autores 
Bruno Horta nasceu em 1981, é jornalista e tem publicado em diversos órgãos de comunicação social: Focus, Público, Diário de Notícias e Observador entre outros. Foi editor da revista Time Out Lisboa e é autor da peça de teatro "Dadores e Tomadores: Os Novos Comedores de Iogurtes" (2009) e do livro de entrevistas "Uma Década Queer" (2015).

Helena Soares nasceu em 1991, em Viana do Castelo. É licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e tem mestrado na mesma área, pela Escola Superior de Artes e Design (Matosinhos). Fez Erasmus em Madrid e, mais tarde, viajou para Barcelona onde iniciou o seu percurso profissional num estúdio de design. A viagem continuou em Lisboa e, entretanto, o seu trabalho tem marcado presença em diversos projetos, exposições e/ou publicações nacionais e internacionais, desde Buenos Aires, Los Angeles e Nova Iorque, até Austrália, República Dominicana, China e Coreia do Sul.

Podem comprar o livro através dos meus links de afiliada Wook ou Bertrand

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Quem é amado nunca morre, de Victoria Hislop - Novidade Porto Editora

Quem é amado nunca morre, de Victoria Hislop - Novidade Porto Editora

ISBN: 978-972-0-03379-6
Edição: 09-2020
Editor: Porto Editora
Tradução: Elsa T. S. Vieira
Encadernação: Capa mole
Páginas: 432
PVP: 17,70€

Sinopse
Atenas, abril de 1941. Tendo resistido a uma primeira tentativa de invasão, a Grécia é ocupada pelas potências do Eixo. Após décadas de incerteza, o país encontra-se dividido entre a direita e a esquerda políticas. Themis, então com quinze anos, vem de uma família separada por essas diferenças ideológicas. A ocupação nazi não só aprofunda a discórdia entre aqueles que a rapariga ama, como reduz a Grécia à miséria. É impossível ficar indiferente: na fome que se seguiu à ocupação, e que lhe levou os amigos, os atos de resistência são quase um imperativo moral para ela.
Porém, o sucesso de um dos movimentos de resistência mais eficazesna europa ocupada volta-secontra o próprio e, com o fim da ocupação, advém a guerra civil. Themis junta-se ao exército comunista, onde experimenta os extremos do amor e do ódio. Quando por fim é presa nas ilhas do exílio, encontra outra mulher cuja vida se entrelaçará com a sua de maneiras que nenhuma delas poderia antecipar, e descobre que deve pesar os seus princípios contra o desejo de viver.
Um romance poderoso, que lança luz sobre a complexidade e o trauma do passado da Grécia, a partir da vida extraordinária de uma mulher comum.

Victoria Hislop é escritora e jornalista. Escreve artigos sobre viagens para o The Sunday Telegraph, artigos sobre educação para o Daily Telegraph e diversos artigos generalistas para a Woman & Home. Actualmente, vive em Kent com a sua família. Depois de publicar o seu primeiro romance, A Ilha, Victoria Hislop foi aclamada pela crítica e acarinhada por milhares de leitores.

Podem ler a minha opinião do livro Hotel Sunrise aqui.

Podem comprar o livro através dos meus links de afiliada Wook ou Bertrand.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

O Último Comboio para a Liberdade, de Meg Waite Clayton - Novidade HarperCollins

 

O Último Comboio para a Liberdade, de Meg Waite Clayton - Novidade HarperCollins

Sinopse
O Último Comboio para a Liberdade é um livro de ficção sobre a operação humanitária Kindertransport, que consistiu no transporte, durante um ano, entre 1938 e setembro de 1939 (início da Segunda Guerra), de cerca dez mil crianças judias, sem acompanhamento dos seus parentes, para o Reino Unido, pondo-as a salvo das ações anti-semitas nazis.  As crianças foram colocadas em famílias de acolhimento inglesas, pensões e quintas. No romance, este episódio histórico é contado a partir de várias perspectivas, incluindo a de três crianças salvas pela Kindertransport.
Stephan e Walter Neuman são judeus não-praticantes, irmãos e herdeiros da fábrica de chocolate do seu pai em Viena. Stephan torna-se amigo de Žofie-Helene, uma miúda apaixonada por matemática, não-judia e cuja mãe é jornalista política. Os pais destas três crianças farão tudo para as colocarem em segurança longe das garras nazis.
Outra perspectiva importante em O Último Comboio para a Liberdade é a da heroína da vida real, Geertruida Wijsmuller, carinhosamente apelidada Tia Truss, uma corajosa holandesa que foi uma das figuras-chave da Kindertransport.

Sobre a autora
O Último Comboio para a Liberdade é o sétimo livro de Meg Waite Clayton, cujas muitas obras anteriores entraram nas listas dos mais vendidos do The New York Times, Los Angeles Times, The Washington Post, The San Francisco Chronicle e Forbes. Licenciou-se em Direito na Universidade de Michigan e escreveu para a rádio pública norte-americana, geralmente sobre os desafios que as mulheres têm de enfrentar.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Sem saída, de Cara Hunter - Novidade Porto Editora


Sem saída, de Cara Hunter - Novidade Porto Editora

ISBN: 978-972-0-03341-3
Ano de edição ou reimpressão: 09-2020
Editor: Porto Editora
Encadernação: Capa mole
Páginas: 336
PVP: 17,70€

Sinopse
Este é um dos casos mais perturbadores em que o Inspetor Fawley já trabalhou
São férias de Natal e duas crianças acabam de ser retiradas dos destroços de uma casa em chamas no norte de Oxford. O bebé está morto e irmão foi transportado para o hospital onde luta pela vida. Como é que duas crianças tão pequenas são deixadas sozinhas em casa? Onde está a mãe? E porque é que o pai não atende o telefone?
Quando novas provas são descobertas, o pior pesadelo de DI Fawley torna-se realidade.
Porque este incêndio não foi um acidente.
E o assassino ainda anda lá fora.

Cara Hunter é uma escritora que vive em Oxford, numa rua não muito diferente das que são descritas nos seus thrillers. Perto de Casa é a estreia de uma série protagonizada pelo detetive Adam Fawley.

Podem comprar o livro através dos meus links de afiliada Wook ou Bertrand.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

[A minha Opinião] - A rede de Alice

 



Primeiro livro que leio da Kate Quinn e não podia ter ficado mais fã. 

Este livro conta-nos a história de duas mulheres, Charlie St. Clair e Eve Gardiner. Mulheres de garra, de coragem, lutadoras e também sofridas. Foi impossível não me apaixonar por estas duas personagens tão singulares e distintas entre si. Senti empatia por elas e algumas vezes desejei tirar-lhe o sofrimento do coração.  

A história irá passar-se em dois tempos distintos, 1915 e 1947, respectivamente no período da Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial. A vida destas duas mulheres cruza-se, de forma algo atribulada, mas estarão mais ligadas uma à outra do que aquilo que pensam. 

Gostei muito desta história. Por estar muito bem escrita. Por oferecer uma história incrível de valentia. Por enaltecer o papel das mulheres durante as guerras mundiais. Mas acima de tudo por nos oferecer personagens inesquecíveis. 

Uma leitura que entrará nas minhas melhores leituras do ano e que vos recomendo sem reservas. LEIAM, LEIAM, LEIAM. É UMA LEITURA OBRIGATÓRIA!

🌟🌟🌟🌟🌟

8 Novidades de Setembro que quero ler

 

O Olhar que Me Persegue de Helene Flood

Quem é afinal, Sara, a jovem psicóloga cujo marido desapareceu? Será que as suas competências em interpretar emoções a irão ajudar a resolver o mistério do seu desaparecimento?
O Olhar Que Me Persegue combina um ambiente francamente contemporâneo e realista com um suspense assustador e uma visão perturbadora sobre as nossas mais recônditas facetas, tanto na vida familiar como nos relacionamentos.
Um thriller arrepiante que disseca a relação de um jovem casal, em que as emoções têm o papel principal.
Nomeado para o Norwegian Bookseller’s Prize em 2019, O Olhar Que Me Persegue é o primeiro de três thrillers psicológicos de Helene Flood, todos com protagonistas femininas, e tendo por cenário a cidade de Oslo.
Numa abordagem totalmente diferente da dos seus congéneres nórdicos, mas igualmente brilhante, a jovem autora demonstra grande talento para gerir tanto o enredo como a qualidade da escrita.

Pede um Desejo de Tillie Cole

Aos dezanove anos, o inglês Cromwell Dean é uma estrela em ascensão no mundo da música eletrónica. Mas quanto mais fama ganha, menos sente e menos quer sentir. Até que ela entra na sua vida. Bonnie Farraday não se deixa intimidar pela fachada atrás da qual ele se esconde. Consegue, até, ver bastante bem para além dela… e o que vê é a escuridão vazia do seu interior.
Quando Cromwell decide ir estudar música para os Estados Unidos, não imagina voltar a encontrá-la. E certamente não espera que ela fique na sua cabeça como uma música em modo de repetição.
Bonnie vive para a música, e não suporta ver alguém tão especial como Cromwell desperdiçar o seu talento. Ele está a esconder-se do passado, e ela sabe disso. E por muito que se tente afastar, há sempre algo que a chama de volta.
Ambos conhecem a dor e a tristeza. Ambos se escondem atrás das máscaras que criaram.
Mas quando a mais negra das sombras cai sobre Bonnie, cabe a Cromwell ser a sua luz. Terá de a ajudar a encontrar a música perdida. Terá de a manter forte com uma sinfonia que só ele pode compor.
Uma sinfonia de esperança.
Uma sinfonia de amor.
Uma sinfonia só deles.

Lockdown - Inimigo Invisível de Peter May

Escrito há mais de quinze anos, este thriller presciente e cheio de suspense decorre numa cidade em quarentena e explora a experiência humana sob o domínio de um vírus assassino.
Londres é o epicentro de uma pandemia global e a cidade está completamente confinada. a violência e a agitação espreitam por toda a parte e ninguém se encontra a salvo do vírus mortal que já ceifou milhares de vidas. Os hospitais estão sobrelotados e os serviços de emergência são impotentes.
O inspetor Jack MacNeil demitiu-se da polícia, está divorciado e preocupado com o filho, que parece ter contraído o vírus. No seu último dia de trabalho, é ainda enviado para resolver o homicídio de uma criança, aparentemente relacionado com um saco de ossos encontrado na obra de um hospital de emergência. O culpado cruel faz tudo o que pode para frustrar MacNeil e a corrida contra o tempo começa numa Londres em confinamento.
Quem deterá MacNeil primeiro: o vírus ou o assassino?


A Rapariga Invisível de Carlos M. Queirós

Agosto, Hospital de São João. Rafael Castro está a ser operado a um tumor cerebral. Nos últimos dias, a pequena Eva, uma criança que só ele vê e ouve, como se um sonho lhe tomasse as faculdades mentais, tem sido uma companhia constante. A menina deu-lhe uma missão: salvar Rita Lemos, a mulher que estava em coma havia cerca de dois anos, num eterno sono, numa cama do piso oito.
Será que Eva é uma alucinação própria da doença? O Dr. Pinto Fraga pensa que sim. Mas opinião divergente tem o seu colega Wilson Mendes, vindo do Brasil para provar que o tumor estava a originar que determinados mecanismos cerebrais coincidissem numa espécie de ligação com uma dimensão desconhecida.
Baseado em factos verídicos, A Rapariga Invisível é uma magnífica história misteriosa, assombrosa e tocante. Uma mensagem de esperança. Esperança no amor, na vida, na determinação, no futuro e na coragem de aceitar o desconhecido.

Rapariga, Mulher, Outra de Bernardine Evaristo

As doze personagens centrais deste romance a várias vozes levam vidas muito diferentes: desde Amma, uma dramaturga cujo trabalho artístico frequentemente explora a sua identidade lésbica negra, à sua amiga de infância, Shirley, professora, exausta de décadas de trabalho nas escolas subfinanciadas de Londres; a Carole, uma das ex-alunas de Shirley, agora uma bem-sucedida gestora de fundos de investimento, ou a mãe desta, Bummi, uma empregada doméstica que se preocupa com o renegar das raízes africanas por parte da filha.
Quase todas elas mulheres, negras e, de uma maneira ou de outra, resultado do legado do império colonial britânico. As suas histórias, a das suas famílias, amigos e amantes, compõem um retrato multifacetado e realista dos nossos dias, de uma sociedade multicultural que se confronta com a herança do seu passado e luta contra as contradições do presente.
Um romance atual, brilhantemente escrito, que repensa as questões de identidade, género e classe com o pano de fundo do colonialismo, da emigração e da diáspora.
Força narrativa e escrita cativante num empolgante mosaico de histórias de vida que farão o leitor repensar a sua maneira de ver o mundo.

Os Rapazes que Desafiaram Hitler de Phillip Hoose

«Pouco antes do Natal de 1941, uma simples conversa tudo alterou. Fiquei emocionado por estar na presença de alunos da Escola da Catedral que sentiam o mesmo que o meu irmão e eu. [Naquele dia,] lançámos a nossa proposta para cima da mesa: Nós iremos agir. Nós iremos limpar a lama da bandeira dinamarquesa. Juntos naquela tarde de neve, decidimos criar um clube que combatesse os alemães ferozmente. Levaríamos a resistência até Aalborg».
No início da Segunda Guerra Mundial, a Dinamarca não resistiu à ocupação alemã. Profundamente envergonhado com os líderes do seu país, Knud Pedersen, um jovem de quinze anos, decidiu, com o irmão e um grupo de colegas de escola, tomar medidas contra os nazis, caso os adultos não avançassem. Designando o seu clube secreto em homenagem ao tenaz líder britânico, estes jovens patriotas cometeram inúmeros atos de sabotagem no âmbito do Clube Churchill, enfurecendo os alemães, que acabariam por conseguir lançar-lhes a mão e prendê-los.
No entanto, os esforços dos jovens não haviam sido em vão: os seus feitos, e a sua posterior detenção, ajudaram a espoletar uma resistência dinamarquesa em pleno nos derradeiros anos da guerra.
Intercalando a narrativa com relatos do próprio Knud Pedersen, Phillip Hoose envolve-nos na impressionante história destes jovens heróis de guerra que se recusaram a desistir sem dar luta.

Unorthodox de Deborah Feldman

A seita Satmar, do judaísmo hassídico, é tão misteriosa quanto fascinante para quem a observa de fora. Nestas extraordinárias memórias, Deborah Feldman revela como é a vida presa a uma tradição religiosa que valoriza o silêncio e o sofrimento em detrimento da liberdade individual.
Deborah cresceu sob um código de costumes implacavelmente impostos que tudo controlava: desde o que podia vestir a com quem podia falar ou ao que estava autorizada a ler. Foram os momentos insubmissos que passou com as densas personagens literárias de Jane Austen e Louisa May Alcott que a ajudaram a imaginar um estilo de vida alternativo.
Ainda adolescente, viu-se aprisionada num casamento disfuncional, sexual e emocionalmente, com um homem que mal conhecia. A jovem satmar, bem-comportada, viu-se sufocada pela tensão entre os seus desejos e as suas responsabilidades; esta foi-se tornando cada vez mais explosiva e, aos dezanove anos, quando deu à luz, compreendeu que, fossem quais fossem os obstáculos, teria de forjar um caminho - para si e para o filho - que a levasse à felicidade e à liberdade.

Positivo de Camryn Garrett

A história inspiradora de uma adolescente seropositiva que tem de enfrentar medos e a aceitação radical de si mesma quando experiencia a paixão e o desejo pela primeira vez.
Simone está a começar do zero numa nova escola e desta vez as coisas serão diferentes. Está a fazer bons amigos e a escrever uma peça para Miles, o rapaz que a faz derreter sempre que o vê. A coisa que menos deseja é que se saiba que ela é seropositiva, porque da última vez... Bem, da última vez as coisas ficaram feias. Manter a sua carga viral sob controlo é fácil, mas preservar o segredo do seu diagnóstico não é tão simples. À medida que Simone e Miles começam a avançar na sua relação - com beijos tímidos a evoluir para algo mais -, ela sente uma inquietação que é mais do que borboletas na barriga.
Ela sabe que tem de lhe contar que é seropositiva, mas está apavorada com a forma como ele poderá reagir. Até que encontra um bilhete anónimo no seu cacifo: Sei que tens VIH. Tens até ao Dia de Ação de Graças para deixar o Miles. Ou toda a gente vai ficar a saber.
O primeiro instinto de Simone é proteger o seu segredo a todo o custo, mas quando vai descobrindo os medos e preconceitos na sua comunidade, começa a perguntar-se se a única forma de os superar não será enfrentando os inimigos de cabeça erguida...

Podem comprar todos estes livros a partir dos meus links de afiliada Wook ou Bertrand.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

[A minha Opinião] O desempregado

 

[A minha Opinião] O desempregado

O desempregado é a minha estreia com o autor Ricardo Tomaz Alves. Eu poderei ser estreante mas o escritor não. Este é já o seu quinto romance, tendo já escrito outros livros como A Devota, Rio equilibrium, Livros de contos e pensamentos oitenta e Diário de uma vida

O título deste livro, bem como a sua sinopse despertaram a minha curiosidade e resolvi arriscar na sua leitura. O tema central do livro, como já é bem referido no titulo, é o desemprego. Sempre actual e pertinente, o autor aborda as consequências financeiras e psicológicas, que uma situação destas tem na vida de milhares de pessoas. Neste caso, a narrativa centra-se no percurso de Vicente, desde o momento em que fica desempregado, passando por todo o processo de inscrição no Centro de Emprego, na procura activa de um novo emprego até conseguir um contrato de trabalho. 

Não se pode dizer que o percurso de Vicente, neste período atribulado da sua vida seja pacífico. Há muita revolta. Revolta pelo sistema imposto pelos centros de emprego e segurança social, que fazem de um desempregado quase um criminoso, com apresentações quinzenais. Revolta pelos preços exorbitantes das habitações, que colocam jovens e famílias com a corda ao pescoço. Revolta pelos ordenados mínimos praticados, que mal dá para sobreviver. Sobre tudo isto o autor vai-nos falando, pela voz de Vicente. 

Vicente é o narrador principal desta história e é nele que se centra toda a narrativa. O primeiro impacto à personagem não é o mais abonatório, mas ao longo da leitura fui ganhando alguma empatia por ele. Apesar de certas atitudes revoltadas, nota-se que é um homem atento e até sensível a várias realidades sociais que o cercam.  

Quanto aos acontecimentos que vão sendo narrados, achei alguns deles pouco plausíveis. Há momentos na história que seriam impossíveis passar despercebidos e de acontecerem na realidade. Mas lá está, é o poder da imaginação e da ficção, tudo é possível. 

Quanto à escrita do Ricardo Tomaz Alves, achei fluída, acessível e com alguns momentos de humor. Ajudou bastante à leitura os capítulos serem curtos. Há momentos durante a narrativa que apelam à reflexão, mas também à revolta. É um bom retrato social e económico do nosso país. 

Apesar de não me identificar com algumas personagens e momentos da história, é uma leitura que entretém.  

Boas leituras!
🌟🌟🌟