segunda-feira, 30 de março de 2020

5 romances 5 estrelas


Hoje partilho convosco os cinco romances que me marcaram e que mereceram 5 🌟🌟🌟🌟🌟 bem redondas no Goodreads.


Colleen Hoover cativou-me logo nas primeiras páginas quando me apresentou a personagem principal, Lily, uma jovem, naquele momento vulnerável, que, inesperadamente se cruza com Ryle, um homem em fúria. O destino, quis que se cruzassem e que mudassem a vida um do outro para sempre. São ambas personagens fortes e cativantes, com passados marcantes e traumáticos, que deixaram marcas nas suas vidas. São ambos donos de personalidades fortes, inteligentes, bonitos. É impossível não nos apaixonarmos por estas personagens aos primeiros capítulos. Atlas é também uma personagem que me encheu as medidas e o coração. O mais próximo do homem perfeito. É impossível não recordar a leitura sem suspirar por este homem. (Opinião completa aqui.)


As personagens deste romance são inesquecíveis. Will e Lou vão ficar na minha memória por muito tempo. Will pela sua inteligência, força, coragem, sarcasmo e Lou pela sua originalidade, sensibilidade, esforço, alegria. Duas personagens tão diferentes uma da outra mas que irão abalar a vida do outro de uma forma irreversível. Dizem que os opostos atraem-se e Will e Lou são a prova disso mesmo. Identifiquei-me com estas personagens e senti que os seus problemas poderiam ser os meus problemas, as suas vitórias as minhas vitórias. Jojo Moyes construiu personagens credíveis, que conquistam o leitor pelas suas personalidades fortes e histórias de vida. (Opinião completa aqui)


Sky e Den Holder são as personagens principais deste livro. E que personagens! Fiquei completamente rendida à riqueza e complexidade das suas personalidades. Sky aparentemente é uma rapariga como tantas outras, gosta de se divertir, de namorar, de correr, de fazer as suas rebeldias, é inteligente, intuitiva, corajosa, mas com grande dificuldade em demonstrar emoções. E mais não vou dizer para não desvendar muito. Holder é um rapaz bonito, misterioso, aparentemente problemático (segundo reza a sua reputação), introspectivo, enigmático, São duas personagens que me surpreenderam e cresceram a cada página. Holder foi para mim, um mistério do inicio ao fim. Um personagem inesquecível. (Opinião completa aqui)


A mensagem deste livro é comovente e inesquecível. É impossível não nos apaixonarmos por esta história. Eu fiquei apaixonada! A escrita da autora é simples mas ao mesmo tempo encantadora e poética. Foi levada pelas páginas deste livro sem dar pelo tempo passar. Quando terminei de ler a última página e fechei o livro, sorri. Tinha acabado uma das melhores leituras que fiz este ano. Preciso de mais livros destes urgentemente! Já tenho na estante mais um livro da autora que em breve espero ler. (Opinião completa aqui)


Este é um daqueles livros que se agarra para ler e depois não se consegue parar. Será também um livro que ficará num cantinho especial, no cantinho dos livros favoritos. Aos próximos leitores, preparem-se para uma leitura viciante, comovente, revoltante, sensível, ternurenta. Deixem sair as lágrimas, se for caso disso. Sintam o aperto na garganta e a vontade de bater em alguém, mas acima de tudo, deixem-se conquistar por Violet e Finch. (Opinião completa aqui)

Comprar os livros aqui.

quarta-feira, 25 de março de 2020

A Cozinheira de Castamar, de Fernando J. Múñez - Novidade Porto Editora

A Cozinheira de Castamar

ISBN: 978-972-0-03172-3
Edição ou reimpressão: 03-2020
Editor: Porto Editora
Encadernação: Capa mole
Páginas: 616
PVP: 22,00€

Sinopse
Clara Belmonte é uma jovem de uma família abastada que, após a morte do patriarca, um dos mais prestigiados médicos de Madrid, se vê cair na mais completa pobreza.
Apesar da educação primorosa que recebeu, Clara precisa de uma forma de sustento e acaba por se candidatar a um trabalho nas cozinhas do palácio ducal de Castamar, que conquista graças ao talento para a culinária que herdou da mãe.
Clara não é bem recebida nos primeiros tempos. A sua eloquência, bem como o rigor na limpeza das cozinhas e a ousadia no requinte dos pratos, depressa a elevam na atenção dos habitantes da casa e no ciúme dos colegas de trabalho.
Mas é Dom Diego, o duque de Castamar, quem Clara mais impressiona. Arrancando-o à apatia absurda em que vive desde o estranho falecimento da mulher, a jovem cozinheira fá-lo derrubar todas as barreiras, despertando-lhe o palato, o intelecto e, por fim, o coração.

Fernando J. Múñez nasceu em Madrid, em 1972, e descobriu o encanto pela escrita ainda criança. Com 14 anos iniciou o seu primeiro romance e, aos 18, desenvolveu os primeiros guiões de cinema. Depois de se licenciar em Filosofia, iniciou a sua carreira como realizador de publicidade, acumulando os anúncios com curtas-metragens, e completando a formação académica em Cinematografia nos Estados Unidos. Em 2012 realizou Las nornas, exibido no Festival de Cinema de Alicante e na Seminci (Semana Internacional de Cinema) de Valladolid.
A Cozinheira de Castamar é o seu primeiro romance.

Pode comprar aqui.

terça-feira, 24 de março de 2020

Os pássaros, de Célia Correia Loureiro - Novidade Coolbooks

Os pássaros

ISBN: 978-989-766-205-8
Ano de edição ou reimpressão: 03-2020
Editor: Coolbooks
Encadernação: Capa mole
Páginas: 210
PVP: 15,50€

Sinopse
Volvidos seis anos da separação, Diogo e Manuela refletem, em voz alternada, sobre os acontecimentos que levaram a esse desfecho. Ao ritmo a que a mágoa lhes permite recordar, vão revelando os contornos do seu trauma indizível num discurso intimista e confessional. É-lhes vital esquecer, superar. Mas será que ainda há vida depois de uma perda desta dimensão?

Um breve encontro de mãos. O corpo a ser-me cingido num abraço e depois largado. Os olhos envenenados de sonhos e o teu pai à distância, a repelir-me, a fugir-me por entre os dedos. Água a escapar-se-me da palma da mão. A boca dele era o Pacífico no seu ponto mais profundo, onde a Terra é um abismo de escuridão e de pressão indomável. Eu desejava-o, irracional e imoralmente, inconsciente do que era a ânsia física e do muito que me entorpecia cada movimento. Era jovem e crente. O tempo revolve-se como uma onda sobre esse desejo enterrado, que ainda pulsa. Lateja sete palmos abaixo da superfície. Somando todos os meus dias, vejo que tudo o que foi meu se agita sob pazadas de terra. Um império de pó.

Célia Correia Loureiro nasceu em Almada, em 1989. É Guia-Intérprete Nacional e Técnica de Turismo. Fala Italiano, Inglês e Francês. Gosta de gatos e de crepes com Nutella. De todas as cidades que visitou, é por Siena que morre de amores. De todos os autores que leu, destaca John Steinbeck por As Vinhas da Ira, e está sempre disposta a dispensar mais quatro horas da sua vida ao visionamento de E Tudo o Vento Levou. Demência foi o seu primeiro romance publicado, em 2011. É um livro que continua a ser-lhe muito próximo, por ser um grito de revolta contra as circunstâncias da mulher portuguesa no século XX, e da mulher ainda vulnerável, isolada e silenciada pelos bons-costumes, no mesmo contexto de ruralidade, em pleno século XXI.

segunda-feira, 23 de março de 2020

10 Blind Dates, de Ashley Elston - Novidade Presença

10 Blind Dates

Data de publicação 18-03-2020
Colecção Jovem Adulto
Número na coleção 14
Edição 1
Número de páginas 320
ISBN 9789722365314
PVP 15,90€

Sinopse
Sophie planeava aproveitar as férias de fim de ano para estar mais tempo com o seu namorado, Griffin, só que ela não esperava que ele colocasse um ponto final repentino na relação. De coração partido, vai para a casa dos avós, a fim de participar na festa que reúne a sua grande família. É então que a avó elabora um plano para fazê-la seguir em frente: ao longo de dez dias, Sophie participará em dez blind dates planeados por diferentes elementos da família. Vai ter alguns encontros engraçados e agradáveis e outros verdadeiramente bizarros... mas, com o tempo, Sophie aprenderá o que é melhor para si. Quando Griffin aparece inesperadamente e lhe implora uma segunda oportunidade, Sophie fica mais confusa do que nunca. Até porque é possível que tenha começado a interessar-se por outra pessoa? Estas vão ser as piores férias de sempre? Ou será que não?

Ashley Elston é autora de vários romances, incluindo The Rules for Disappearing, finalista na categoria de «Melhor Romance para Jovens Adultos» do International Thriller Writers Awards. É licenciada em Artes Liberais pela Louisiana State University, em Shreveport, e trabalhou durante muitos anos como fotógrafa de casamentos, antes de se dedicar à escrita. O seu mais recente romance, 10 Blind Dates, tem direitos de tradução vendidos para vinte países e será adaptado para filme pela Ace Productions.
Ashley mora em Shreveport com o marido e os três filhos.

Saiba mais sobre o livro no site da Editorial Presença aqui.

sábado, 21 de março de 2020

Conversa de Livro - Poema de Bela Gouveia


CONVERSA DE LIVRO

Dizes que sou bonito,
Diz o livro aos leitores.
Meu interior contrito,
Agradece os louvores.
Policial ou romance,
Prosa ou poesia,
Sou livro ao alcance,
De quem por gosto o lia.
Se no começo não gostas,
Fico a um canto arrumado,
Mas faço as minhas apostas,
Ainda vou ser terminado.
Enquanto fico de lado,
Outro vais procurar,
Que te faça mais ligado,
Ao conteúdo ficar.
Mas lá bem no fundo,
Sentes certa nostalgia,
De qualquer forma ou modo,
Vou ser lido um dia.
De tanto que és teimosa,
Olhas pra mim de lado,
E me dizes toda airosa,
Espera está quase acabado.
Agarrada à minha capa,
Procuras onde ficaste,
E terminas à socapa,
O que para trás deixaste.
Ao terminares comigo,
Ficas de coração cheio,
Dizes-me que sou bonito,
Que não era assim tão feio.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Conto: O cuidador, de Maria José Magalhães - Parte III


Ela deu um gritinho de satisfação e abraçou-o com força. O príncipe, fraco como estava caiu ao chão, mas sentia-se a recuperar lentamente as forças. Olhou em volta e exclamou enquanto percorria a biblioteca. “Está tudo na mesma, mas alguém esteve cá, tem uma manta neste sofá. O teu pai disse que eu era um cuidador, que sem mim para ler e cuidar dos livros era como se eles e vocês não existissem. Estavam a enfraquecer até que uma pessoa descobriu este sítio e cuidou dele e leu os livros.”, o príncipe permaneceu em silencio algum tempo, pensativo, até que, excitado exclamou: “se eu passar este testemunho eu posso voltar e viver contigo.”

Foram até à cozinha, preparam algo leve para comer, a despensa do castelo reabastecia-se por magia. “Sempre foi assim”, explicou o príncipe, “os criados apareciam sem darmos conta e a comida também. Cresci sozinho com a minha avó, ela ensinou-me tudo sobre os livros da biblioteca, ensinou me a amá-los e a respeitá-los. Sei todas estas histórias, conheço todos estes personagens, passei o meu tempo rodeado por estes livros, sempre foram a minha vida, especialmente tu... apaixonei-me por ti na primeira leitura. Quando a minha querida avó morreu encontrei este colar, e enquanto lia ‘o reino dos oito lagos’ mais uma vez e observava tua imagem, desejei com todas as minhas forças estar lá contigo, enquanto segurava o cristal, e o resto já sabes, a magia aconteceu. Entrei no livro e encontrei-te na margem do lago verde. Foi o melhor dia da minha vida. Não te posso perder.” Entretanto ouviram um barulho, a porta da entrada a abrir. Levantaram-se rapidamente e foram ao encontro do seu salvador.

Pierre assustou-se quando os viu e virou-se para correr para a porta. “Calma, não te queremos fazer mal. Eu sou o príncipe Michel e esta é a princesa Laiane, minha esposa. Vem connosco até à cozinha, está quente e bebes uma chávena de chá, faz bem aos nervos.” Depois da segunda chávena de chá e de uma fatia de um bolo delicioso, Pierre já estava a par de toda a história. “Eu tomo conta da vossa biblioteca, não se preocupem.” “Ainda és tão jovem, uma criança apenas, não te posso dar este fardo. É muito pesado, é uma vida muito solitária... não posso...”, e com estas palavras Michel retirou-se. Laiane foi à sua procura com Pierre encontrando-o no jardim. “Vamos acompanhar o Pierre até à aldeia, gostava de a conhecer e às suas gentes, vem, vai-te animar. ”

Seguiram os três a pé para a aldeia, visitaram todas as ruas, entraram em alguns negócios locais e falaram com bastantes pessoas. Todos estavam espantados, os príncipes apareceram tão depressa quanto tinham desaparecido. Mas eram tão simpáticos e a beleza da princesa encantou-os a todos, que depressa esqueceram o mistério do seu desaparecimento.

No caminho de regresso o príncipe estava muito silencioso e pensativo. Laiane começou a sorrir e depois a rir até gargalhar. Michel olhou para ela estupefato e pensou: está louca. “Que se passa? Estás bem? “, perguntou aborrecido. “Já sei, já sei...”, exclamava excitada enquanto o abraçava e tentava dançar com ele. O príncipe estava cada vez mais admirado e chateado.

“Meu amor, já descobri a solução para os nossos problemas. Vamos abrir o castelo a toda a população. Será o castelo dos livros, ou a casa dos livros. Todos poderão vir cá, desfrutar de todos os livros, de todas estas histórias maravilhosas. Pierre fica o responsável e nós vamos e vimos conforme nos apetecer. Passamos pequenas temporadas em ambos os reinos. Vai ser fabuloso, vamos ter a nossa vida a dois, como sempre sonhamos. O príncipe sorria e chorava ao mesmo tempo e abraçou-se a ela com força.

Assim fizeram, abriram as portas do castelo. As pessoas de todas as aldeias vizinhas visitavam e usufruíam da magia do local e dos seus livros. O príncipe organizou tudo e ficou satisfeito com o resultado final, deu vida à sua casa. Nunca tinha visto o castelo e a sua biblioteca assim. Chamavam lhe a casa dos livros.

Laiane e Michel viviam entre os dois reinos, nunca passando grandes temporadas em nenhum para não sentirem os efeitos da ausência. Laiane é feita da magia dos livros e o príncipe não podia viver no mundo dela para sempre, precisava dos outros mundos, dos outros livros, assim como eles precisavam dele. Afinal, era um cuidador.

Fizeram as pazes com o rei que se derretia com a sua neta, uma pequena rebelde que saltava entre mundos, pois pertencia a todos.

Fim!

Maria José Magalhães

Conto: O cuidador, de Maria José Magalhães - Parte II


De volta ao castelo, a princesa foi sozinha ter com o pai e falou-lhe meigamente. “Pai, porque insistes em me separar de Michel? Não entendo. Ele faz-me feliz. Não consigo perceber porque não aceitas a nossa união.”

“Ele tem de regressar, senão estamos perdidos, sai daqui, deixa me sozinho, deixa-me pensar”, disse-lhe irado. Laiane regressou para junto de seu marido. “Não compreendo o porquê de tanta intransigência, alguma coisa se passa, existe aqui algum segredo, algo grave, que ele não nos conta.”

Passou-se muito, muito tempo e o rei cada vez ficava mais zangado, sempre que via o príncipe ficava vermelho de raiva. Estava sempre em reuniões de concelho e todos os dias obrigava o príncipe a tentar regressar para o seu povo, o que ele fazia, mas sem sucesso. E um dia, o príncipe adoeceu, foi o primeiro... os outros seguiram-lhe.

Na aldeia a vida corria normalmente, o castelo estava abandonado, nunca mais ninguém lá foi. O príncipe desapareceu, assim como os criados, na noite do casamento. No início os aldeões ainda passavam pelas imediações do castelo, mas com o tempo foram-se esquecendo e a vida continuou.

Em casa de Nathalie faziam-se as limpezas da primavera, as filhas, genros e netos ajudavam. Pierre, o neto do meio, esvaziava o grande armário da sala para depois se limpar. No meio de pratos, chávenas, figuras de porcelana, garrafas de vinho guardadas para ocasiões especiais, e várias quinquilharias encontrou um livro antigo, tentou abrir capa de cabedal mas não foi capaz, tentou de várias formas, até foi buscar uma faca à cozinha...mas nada. Desolado foi ter com os avós e perguntou-lhes: “que raio de livro é este que não abre?”

A avó tapou a boca com a mão e com espanto exclamou: “nunca mais tinha pensado neste livro, trouxe-o da biblioteca do castelo há muitos anos atrás, devia ter a tua idade Pierre, era maravilhosa e tinha tantos livros. Mas se calhar são todos como este, e para que servem livros que não se podem ler. Nunca o consegui abrir”, pegou carinhosamente no livro e afagou levemente a sua capa rugosa.

Pierre não conseguia deixar de pensar no livro, na biblioteca e no castelo. Até que se decidiu a ir lá e investigar. Uma manhã bem cedo preparou um farnel e partiu para o castelo. Não era longe mas o caminho era assustador, escuro e muito fechado. Finalmente chegou, abriu o portão e a porta da entrada que, curiosamente estava aberta. Entrou, chamando: “uhuh.. está aí alguém?”. Ninguém respondeu.

Investigou um pouco no andar de baixo, subiu até ao primeiro andar e entrou em alguns dos quartos, até que descobriu a biblioteca. Era realmente magnífica, pegou em alguns livros e todos se abriam, eram livros normais.

No dia a seguir voltou preparado com panos, baldes e sabão. Limpou toda a biblioteca, de uma ponta a outra, demorou uma semana inteira. Sempre que podia regressava, subia a uma das muitas escadas que davam acesso às prateleiras superiores, escolhia um livro e sentava-se embrulhado numa manta num dos confortáveis cadeirões a ler e ali sentado naquele castelo viveu aventuras fantásticas.

Entretanto, no reino dos oito lagos, todos tinham adoecido, estavam cansados, magros e cada vez mais pálidos. Até que um dia o rei acordou um pouco melhor, sentia-se ligeiramente mais forte e o tremor das mãos passou um pouco.

Nathalie ouvindo o neto sair de casa numa manhã chamou-o e disse-lhe entregando-lhe o velho livro: “meu filho, devolve este livro à sua biblioteca, nunca o devia ter trazido. Pode ser que ele lá se abra e desvende os seus segredos. Leva-o para casa, por favor.” Pierre assim fez, pegou no livro e foi mais uma vez para o castelo.

Quando lá chegou procurou o lugar do livro, encontrou um espaço vazio numa prateleira ao pé da janela. Mas antes de o devolver experimentou levantar a capa e esta abriu docemente, como que a dizer: “podes-me ler”. Sorrindo Pierre sentou-se no seu cadeirão preferido, embrulhou-se na manta e começou a ler, era uma vez num reino muito, muito distante com oito lagos... Embrenhado na história nem deu pelo tempo passar, guardou o livro e regressou a casa.

O rei sentia-se cada vez melhor, até a rainha já se conseguia levantar. Foi ao quarto do príncipe e encontrou-o deitado na cama, e a sua filha cansada, também doente velava por ele dia e noite. “Minha filha, preciso que o Michel vá até à clareira e tente mais uma vez regressar a casa.” Indignada, Laiane respondeu: “meu pai, mesmo vendo que ele está a morrer, não desiste dessa ideia... que cruel é.” “Michel, preciso que se levante e venha comigo”, disse o rei ao príncipe. “Não pai, ele não vai a lado nenhum, está demasiado fraco.” “Tens de lhes contar a verdade, meu marido”, disse a rainha encostada à ombreira da porta para não cair. “Minha querida devias estar a repousar”, declarou o rei. “Diz-lhes a verdade”, disse ela, deslizando para o chão do quarto sem forças”. “De que está a mãe a falar, conte-nos pai, já chega de segredos”, gritou Laiane, chorando.

O rei pôs as mãos na cabeça e pesaroso desculpou-se: “minha filha, peço-te perdão, não queria que sofresses, pensei que ias esquecê-lo e tudo ficaria como dantes. O Michel não é um mudador de histórias, é um cuidador. Sem ele para tomar conta dos livros, sem ele para nos ler, nós definhamos e perdemos a nossa vida, a nossa existência. A nossa vida só existe nesses livros, nessas finas páginas de papel. Sem os leitores não somos nada, não existimos, somos esquecidos e morreremos. Por isso adoecemos, já estamos a desaparecer, porque não existe ninguém que se lembre de nós. Mas hoje acordei melhor, tinha alguma força, alguém me leu, eu sinto. Eu apareço em mais do que um livro, a minha vida é longa, já fui um jovem como tu, minha querida. Michel tem de voltar, para que nós possamos continuar.

O príncipe, com uma voz débil, murmurou: “eu vou, e tentou-se elevar da cama, sem sucesso. O rei e sua filha em lágrimas, ajudaram o príncipe a levantar-se. Levaram-no até à clareira numa liteira, com a ajuda de alguns homens. Quando chegaram, ele fechou os olhos, deu a mão a Laiane, tocaram nas pedras dos colares e conseguiram, atravessaram, estavam de novo na biblioteca.

Fim da segunda parte.

Primeira parte aqui.

Maria José Magalhães

Conto: O cuidador, de Maria José Magalhães - Parte I


Numa pequena aldeia de França existia uma povoação feliz, viviam a sua vida sem sobressaltos. Nesse povoado existia um castelo onde morava um príncipe. No entanto, os habitantes nem se lembravam que ele existia, o castelo ficava distante no meio de um denso bosque escuro e as estradas que lá iam ter eram estreitas e sinuosas. Ninguém se atrevia a percorrer tão perigosos caminhos. Dizia-se que o castelo estava assombrado, que o príncipe já tinha morrido, que era só um fantasma, assim como todos os seus criados. Os jovens da aldeia faziam apostas e desafiavam-se para lá ir mas nenhum era corajoso o suficiente.

Até que um dia um cavalo negro apareceu na povoação, um belo animal com o pelo lustroso e bem tratado. Tinha uma sela grandiosa, digna de um rei. Pendurado nessa sela estava um papel grosso e comprido. Os aldeões espicaçados pela curiosidade e uns pelos outros leram as letras gordas e douradas: CONVITE. Depois chegando-se mais perto leram as letras pretas mais pequenas: Em nome do príncipe convidamos toda a população para o casamento real no sábado, dia 25 de maio, às 20h00.
Estas palavras causaram grande espanto em todos, toda a aldeia se reuniu à volta do cavalo. A aldeia estava num rebuliço, ninguém conseguia parar de falar e especular. O evento era daí a dois dias, e quando o grande dia chegou, ou melhor, a grande noite, os aldeões vestiram as melhores roupas e apreensivos percorreram o bosque até ao castelo.

Os caminhos estavam iluminados com pequenas luzes brilhantes, de todas as cores. O castelo e os jardins estavam magníficos, tudo brilhava. Os homens e mulheres da aldeia nunca tinham visto beleza igual, estavam maravilhados, encantados. Atravessaram o jardim e entraram no castelo, uma enorme mesa enfeitada com cristais de diversas cores e arranjos de flores nunca vistas, encontrava-se no meio de um grande salão. Vários criados indicaram-lhes os lugares onde se deveriam sentar. Os criados eram novos, velhos, de diferentes raças, eram diferentes, pálidos, quase translúcidos. Alguns pareciam familiares. Quando todos estavam sentados apareceu o príncipe, agradeceu a todos a sua presença e juntou-se a uma figura vestida de branco, o mestre da cerimónia. Passados alguns instantes ouviu-se uma música cristalina e uma mulher entrou no grande salão. Tinha longos cabelos louros, a pele muito pálida, um sorriso encantador.

Ouviu-se um murmúrio por toda a sala e depois um silêncio total. A cerimónia terminou, os noivos beijaram-se com ternura e começou a festa. Serviram comida deliciosa, diferente de tudo o que tinham comido. Seguiu-se um baile e os príncipes dançaram toda a noite, até que desapareceram sem ninguém dar conta. Todos exceto Nathalie, uma jovem curiosa que os viu sair discretamente do salão e os seguiu com cuidado. Viu-os a subir o escadório central e quando estavam fora de vista subiu também silenciosamente. No topo das escadas viu-os entrar por uma porta ao fundo de um corredor, em pezinhos de lã chegou até à porta, que, para seu espanto, estava apenas encostada. Espreitou a medo, mas como não viu ninguém e a curiosidade era mais forte, abriu cuidadosamente mais um pouco e entrou. Entrou e assombrou-se, o seu corpo estremeceu, estava numa biblioteca espantosa. Tinha milhares e milhares de livros, todos arrumados em prateleiras do chão até ao teto. Era magnífica. Nathalie ficou tão espantada que até se esqueceu de respirar... quando voltou do seu transe lembrou-se de onde estava e escondeu-se atrás de um cadeirão. Ao fundo via os noivos encostados um ao outro. De repente surgiu uma luz forte e por instantes perdeu a visão. Quando a recuperou eles já não estavam lá.

Levantou-se e viu um livro no chão, era um livro antigo de capa em cabedal castanho-escuro. Tentou abri-lo mas não conseguiu. Ouviu vozes lá fora, os convidados estavam a sair. Pegou no livro e correu até encontrar seus pais. Já em casa tentou novamente abri-lo de todas as formas que se lembrou, acabando por desistir. Até que se esqueceu dele numa gaveta pousado.

Entretanto o príncipe e sua noiva entraram numa floresta muito densa, cheia de humidade verde. Dirigiram-se a uma modesta casinha feita de madeira junto a um riacho, rindo e brincando um com o outro. Mas quando entraram depararam-se com um cenário desolador, tudo estava partido e fora do lugar. Laiane abraçou-se a Michel tremendo muito. Ele com ar sério fingiu despreocupação: “não te preocupes, os colares estão em segurança”, disse, tocando ao de leve no colar que levava ao pescoço, “temos de sair daqui, eles podem voltar. Voltaremos para o meu castelo.”

Com um passo apressado dirigiram-se para a clareira onde tinha a pedra grande. Deram as mãos, tocaram nas pedras dos seus colares, fecharam os olhos e... nada aconteceu. Estavam desconcentrados, tentaram várias vezes até que desesperados se deixaram cair no chão.

“Para onde iremos?”, perguntou Laiane, recomeçando novamente a chorar. “Vamos a casa do teu pai”, respondeu Michel. “Não, ele mata-te. Ele disse que te matava”, desesperava a princesa. “Já estamos casados, minha querida, pelas leis dele, por um sacerdote da vossa religião, ele tem de aceitar”.

“Ele nunca me irá perdoar por ter casado contigo. Tu és um mudador de histórias. Tens-nos cativos nas tuas prisões de papel. Ele nunca vai aceitar”, replicou Laiane desesperada. “Eu tenho livros... para nós significa amor e liberdade”, retorquiu Michel.

“O poder de viver as nossas vidas”, interrompeu-o ela tristemente, “de rasgar uma folha e acabar com parte da nossa história, de pegar numa caneta e reescrever as nossas vidas.” “Não, eu não sou assim. Eu amo os meus livros, eu protejo as vossas vidas, as vossas histórias. Viste a minha biblioteca. Os livros não são prisões de papel, são vida. São as folhas que vos dão vida. Sem elas vocês não existiriam.”

Ouviram um resfolegar de cavalos e pensaram em fugir mas não foram a tempo. Homens armados agarraram-nos e conduziram-nos amarrados. Eram os cavaleiros do rei, quanto chegaram ao castelo foram levados para o salão principal, onde se encontravam o rei e a rainha, sentados nos seus tronos. Pareciam de pedra.

“Agora não nos podem manter separados, somos casados”, disse Michel, com a cabeça erguida. “Que provas existem desse matrimónio?”, questionou o rei com desprezo. “Todo o meu povo assistiu, e algum do seu também e o seu sacerdote abençoou a nossa união.” “Irei ter uma palavrinha com ele”, a seguir soltou uma gargalhada dolorosa exclamando: “e agora, onde vão viver? Ela não pode sair do meu reino. Ela morrerá.” “Eu posso ficar aqui. Eu abdico de tudo... só para ficar com ela”, afirmou Michel, segurando a mão de Laiane.

“Não podes”, gritou o rei. Chamou os guardas, “tirem este homem daqui. Levem-no. Ele tem de sair do meu reino. JÁ.” Os guardas começaram a arrastar Michel até que Laiane disse com ar desafiador: “os colares não funcionam, tentamos voltar mas não conseguimos O rei perdeu toda a sua cor, sentou-se devagar e exclamou: “mentes, não é possível.” “É verdade...vamos à clareira e assim verá.” A rainha encostou-se ao trono, escondeu o rosto nas mãos e chorou. “Vamos lá”, disse o rei. “Tragam-nos”, ordenou aos guardas, “e chamem o mago e os conselheiros.”

Reuniram-se todos na clareira à volta da grande pedra, e o jovem casal tentou inúmeras vezes regressar ao reino de Michel. O mago fez feitiços, os conselheiros tentaram à vez e até o próprio rei experimentou. Nada funcionou. O príncipe não conseguia regressar. “Estamos perdidos”, exclamou o rei, “temos de arranjar uma forma. Descubram uma maneira dele regressar. JÁ.”

Fim da primeira parte

Maria José Magalhães

Conto: A estante, de Ann Yeti


A estante repleta de livros cai com estrondo sobre a cama!
De repente, uma torrente de palavras – amor, ódio, tristeza, sangue, sexo, lágrimas – derrama-se sobre mim e sufoca-me. Desperto estremunhada, aturdida, estarrecida, perdida no negrume do fim dos tempos. Sinto-me soterrada por debaixo de um peso descomunal; uma dor magoada percorre todo o meu corpo, ouço as batidas descompassadas do meu coração como um tambor a ressoar-me aos ouvidos. Quero emitir um grito, um chamamento, um pedido de socorro, mas apercebo-me de que nenhum som sai da minha boca; tenho um nó atravessado na garganta, os pulmões comprimidos. Imóvel, presa na escuridão, incapaz de articular um gesto, um movimento, tento perceber se estou viva.

Consigo sentir, na cama, ao meu lado, o meu marido que dorme. Ouço-lhe a respiração pesada, pausada, de quem dorme tranquilamente…
Mesmo quando as discussões são monumentais, ferozes, atrozes, ele chega à cama e dorme tranquilamente. Mesmo nos dias em que há gritos, e choros, e quase-bofetadas, ele chega à cama e dorme tranquilamente. Mesmo nos dias de supremo desdém, de olhares reprovadores, de silêncios que agridem, ele chega à cama e dorme tranquilamente.
Eu, em noites insones com a minha raiva, o meu desespero, a minha mágoa, os meus medos, e ele a dormir tranquilamente.
Mesmo nas vezes em que ele chega a casa encharcado em mentiras, impregnado de odores estranhos e de manchas suspeitas, ele chega à cama…

***
Acordo…
Exausta, um pouco suada, a boca seca, um sabor amargo a subir-me pela garganta, um aperto no peito… Abro e fecho os olhos de forma cadenciada para me habituar à penumbra. Vislumbro uma claridade ténue que entra pela janela às primeiras horas da madrugada. Levanto-me em silêncio e percorro o quarto: a estante continua bem presa à parede, a poltrona no meu recanto de leituras, a manta macia onde me aconchego com os meus livros em todas as horas dos 8 anos de desamor que tenho compensado com as aventuras, os amores, os prazeres, as proezas e os sonhos dos personagens que me fazem companhia.
Percebo, enfim, que o meu sonho não foi um pesadelo: a minha vida é o pesadelo. A derrocada de um casamento feito de premissas falseadas, promessas falhadas, ilusões perdidas.
O brilho do sol nascente vai iluminando a janela com cada vez mais intensidade. Caminho, resolutamente, em direção à luz. Estou viva, pronta a despertar do pesadelo, consciente de que vou ter de começar a reconstruir-me como ser humano.
Vou ter de remover os escombros dos sonhos estilhaçados, da autoestima à deriva, dos medos e fantasmas da solidão que se atravancaram no caminho e que me têm impedido de avançar. Sobrevivi. Sou mulher, sou forte, sou resiliente. O amanhã começa hoje!

Ann Yeti

quinta-feira, 12 de março de 2020

Contos de Fadas para Millennials, de Bruno Vincent - Novidade Nuvem de Tinta

Contos de Fadas para Millennials

ISBN: 9789896659622
Ano de edição ou reimpressão: 03-2020
Editor: Nuvem de Tinta
Encadernação: Capa mole
Páginas: 184
PVP: 14,90€

Sinopse
A versão hilariante dos contos de fadas tradicionais adaptados aos tempos modernos por um mestre em humor. Bem-vindos ao mundo dos contos de fadas, estilo millennial...
Os três porquinhos explicam que uma casa de palha é, na verdade, a única maneira de um comprador entrar no mundo imobiliário. O flautista de Hamelin muda a sua estratégia de conteúdo para atrair mais seguidores. O Hansel e a Gretel encontram uma bruxa defensora da comida limpa.

Sobre o autor
Bruno Vincent é apenas um tipo.
Se alguma vez ouviram falar dele, foi provavelmente a propósito de Five on Brexit Island, que a Nuvem de Tinta não publicou – por isso, se calhar, nem devíamos falar sobre isso aqui. Parece que o David Cameron tem um exemplar. O autor espera que se engasgue com ele.

quarta-feira, 11 de março de 2020

O Ladrão de Tatuagens, de Alison Belsham - Novidade Bertrand Editora

O Ladrão de Tatuagens

Género: Literatura / Policial e Thriller
Tradução: Ana Ribeiro
Nº de páginas: 352
Data de lançamento: 13 de março de 2020
PVP: 17,70 €
ISBN: 9789722536837

Sinopse
Um corpo encontrado em Brighton, dentro de um contentor, é uma má notícia. Mas é também uma oportunidade única para um ambicioso polícia, recém-promovido, mostrar aos seus superiores que a confiança que depositaram nele tem toda a razão de ser. Para tal, o inspetor Francis Sullivan tem de resolver o crime a todo custo. Um desafio colocado por um dos serial killers mais maquiavélicos do país. A peça-chave da investigação tem um nome, Marni Mullins, a tatuadora que encontrou o cadáver e que conhece a estranha alquimia do sangue e da tinta. Mas Marni tem um passado tempestuoso e muitas razões para desconfiar da justiça...
O inspetor Francis Sullivan precisa de ajuda. Há um assassino à solta, que recorta as tatuagens dos corpos das suas vítimas ainda vivas, e Marni conhece esse mundo como a palma da sua mão.
Marni e Francis formam uma dupla absolutamente irresistível neste thriller cujo conceito e imagens são fortíssimos.

Alison Belsham começou a escrever com a ambição de se tornar argumentista – em 2000 foi distinguida com o Orange Prize Screenwriting e, em 2001, foi finalista numa competição para guionistas promovida pela BBC. Em 2016, publicou o seu primeiro thriller, O Ladrão de Tatuagens, que apresentou no Bloody Scotland Crime Writing, um dos mais prestigiados eventos dedicados à literatura policial, onde o livro foi aclamado como vencedor.

Compre o livro aqui.

segunda-feira, 9 de março de 2020

A Quinta, de Joanne Ramos - Novidade Saída de Emergência

A Quinta

ISBN: 9789897731884
Ano de edição ou reimpressão: 02-2020
Editor: Saída de Emergência
Encadernação: Capa mole
Páginas: 320
PVP: 17,70€

Sinopse
Golden Oaks é um retiro luxuoso onde as mulheres encontram todo o tipo de serviços: refeições orgânicas, professores de fitness, massagens diárias – e tudo a custo zero. De facto, quem aqui reside ainda recebe uma elevada quantia de dinheiro. A contrapartida? Durante nove meses não pode deixar o espaço, os seus movimentos são monitorizados e tem de cortar os laços com a sua vida anterior enquanto se dedica a uma única tarefa: produzir o bebé perfeito para os clientes super-ricos. 
Jane, uma imigrante das Filipinas, está desesperada por um futuro melhor quando, depois de um processo rigoroso, é selecionada para ser “Hospedeira” em Golden Oaks – ou na Quinta, como os residentes lhe chamam. Mas grávida, frágil e preocupada com o bem-estar da sua família, Jane está determinada a contactar os seus. No entanto, se deixar a Quinta, perde a recompensa financeira que poderia mudar a sua vida para sempre.
Apaixonante e provocador, A Quinta explora as tensões entre ambição, mérito, dinheiro e maternidade e levanta questões cruciais sobre os sacrifícios que as mulheres estão dispostas a fazer para melhorar os futuros daqueles que amam.

Joanne Ramos nasceu nas Filipinas mas mudou-se para o Wisconsin quando tinha seis anos. Formou-se na Universidade de Princeton. Depois de trabalhar na área de investimento bancário durante vários anos, colaborou com a revista The Economist. Atualmente faz parte da direção de The Moth, uma organização sem fins lucrativos dedicada à arte do storytelling. Vive em Nova Iorque com o marido e os três filhos.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Qualquer coisa de bom, de Sveva Casati Modignani - Novidade Porto Editora

Qualquer coisa de bom

ISBN: 978-972-0-03290-4
Edição ou reimpressão: 03-2020
Editor: Porto Editora
Encadernação: Capa mole
Páginas: 344
PVP: 17,70€

Sinopse
Após a morte de Alessandra Pluda Cavalli, o marido e os três filhos ouvem a leitura do testamento e ficam em estado de choque. A parte mais substancial do património foi destinada a Ludovica Magnasco, porteira do prédio onde vive a família Cavalli.
Ludovica, a quem todos chamam Lula, sente-se igualmente perturbada por este legado, cujo significado não consegue perceber. Lula, que tem tido a sua conta de adversidades, é amada e respeitada por todos os moradores do prédio graças à sua inteligência, bom carácter e jeito para a cozinha. Mas tal não será suficiente para explicar esta inesperada herança. A explicação, com raízes num segredo de família desde sempre muito bem guardado, vai perturbá-la, mas não altera as suas convicções: o dinheiro só nos ajuda a viver melhor se o usarmos também para nos tornarmos úteis ao próximo.
A indicar-lhe o caminho certo está agora o acaso, que cruza o seu destino com o do fascinante Guido Montini, um reputado veterinário dedicado a ações de voluntariado. Formam um casal magnífico com todas as condições para fazerem algo verdadeiramente bom.

Sveva Casati Modignani
É um dos nomes mais reconhecidos da narrativa contemporânea italiana: os seus romances estão traduzidos em vinte países e venderam mais de 11 milhões de exemplares. A autora vive desde sempre em Milão, na casa onde nasceu e que pertencia à sua avó.
No catálogo da Porto Editora figuram já os seus seguintes romances: Feminino Singular, Baunilha e Chocolate, O Jogo da Verdade, Desesperadamente Giulia, O Esplendor da Vida, A Siciliana, Mister Gregory, A Viela da Duquesa, Um Dia Naquele Inverno, O Barão, A Família Sogliano, 6 de Abril’96, A Vinha do Anjo, Como Vento Selvagem, O Regresso da Primavera, Lição de Tango e Suite 405. A sua obra autobiográfica, O Diabo e a Gemada, também já se encontra publicada no catálogo da Porto Editora.

Pode comprar o livro aqui.

Opinião Como o vento selvagem aqui.

Opinião A vinha do anjo aqui.

Opinião O regresso da primavera aqui.

[A minha Opinião] Um Pingo na Água

Um Pingo na Água

Ann Yeti não é uma autora desconhecida para mim. Tive o privilégio de ler o seu primeiro livro "Um Fio de Sangue". Confesso que estava muito curiosa para ler este seu novo livro.

Um pingo na água", mantém o registo que a autora já me habituou. A Ann Yeti tem uma linguagem  muito própria. Com a sua escrita cuidada, elegante e algumas vezes poética, conduz habilmente o leitor ao longo da narrativa. É por isso que digo sempre que os seus livros sabem-me sempre a pouco. 

No que à história aqui narrada diz respeito, temos três personagens, com maior destaque para a Ana. Ana é uma mulher independente, bem sucedida profissionalmente, com um fiel grupo de amigos, mas que em questões de coração,  nunca se dá totalmente a alguém. Este muro que levanta, tem raízes profundas no seu passado. A questão é se será Ana capaz de derrubar esse muro e deixar alguém entrar. Obviamente que não vos irei revelar se o consegue ou não fazer. 

Quanto aos personagens secundários, temos João e  Carlos. Dois homens completamente distintos um do outro, mas com algo em comum, a sua paixão por Ana. Agora vocês estarão a pensar que a  história narra um trio amoroso. Até podia ser mas não é. Longe disso! A história narra um período da vida de Ana, que a leva numa viagem de atribuladas emoções.
É também uma história de segundas oportunidades. Porque nisto da felicidade, nem sempre se acerta à primeira.

Mas como a Ann Yeti já me habituou, todas as suas histórias têm sempre um tanto de sensualidade, outro tanto de rebeldia e uma reviravolta inesperada.

Para o próximo livro, fico à espera do dobro das páginas, com mais camadas de história para ir desvendando.

Boas leituras!

🌟🌟🌟

Saiba mais sobre o livro aqui.

Opinião do livro Um Fio de Sangue aqui.

Nota Biográfica & Pessoal

Nota Biográfica
Ann Yeti é o pseudónimo de uma autora portuguesa com raízes australianas. Tem dois livros publicados: a novela Um Fio de Sangue (Dezembro 2018 pela Emporium Editora) e o romance Um Pingo na Água (Março 2020 com a chancela Sell Out do Grupo Narrativa).

Nota Pessoal
“Fui uma criança solitária mas nem por isso menos feliz. Tive por boa companhia muitas leituras e a minha imaginação. Fui, depois, uma adolescente introvertida, embrenhada nos meus pensamentos e nos muitos planos e projetos para a idade adulta. Filha única, de pais separados. Vivi entre dois continentes e viajei o mais que pude entre eles.
Sempre gostei de animais. No decurso das minhas viagens tive experiências maravilhosas: nadei com golfinhos e com peixes coloridos, dei biberão a um elefante, vi leões no seu habitat natural, tive um coala ao colo e uma piton às costas (separadamente, claro). Gosto de todos os animais, até de répteis. Só não gosto de insetos. Admiro as formigas e tolero-as desde que não me entrem em casa; protejo as abelhas porque são uma riqueza natural em risco de extinção no mundo inteiro; deixo as aranhas sossegadas até aos 2cm, depois disso… zás, sapatada (mas fico cheia de remorsos). Fico histérica com besouros e baratas voadoras: corro como se não houvesse nada à frente e, por causa disso, já me ia partindo toda.
Já dobrei o Cabo Bojador (leia-se, os 40). A partir daí, é sempre a velejar para baixo até ao Cabo das Tormentas! Um dia, deixei a vida agitada e exilei-me no Alentejo, longe de tudo, no meio do nada, onde o silêncio pode ser viciante. Troquei os animais exóticos pelos animais autóctones: rolas e perdizes macho a chamar as fêmeas na cumeeira do telhado, pássaros de todos os tamanhos e cores, lebres à sombra no meu recanto de meditação, uma raposa que vem roubar-me o tapete dentro de casa, javalis a restolhar junto das azinheiras próximas.
E a escrita! Essa paixão antiga, esconsa, fragmentada, começou a tomar contornos mais definidos. Digo que sou uma contadora de histórias; o futuro dirá se as minhas histórias têm asas para voar.”

quinta-feira, 5 de março de 2020

Léxico da Luz e da Escuridão, de Simon Stranger - Novidade Quetzal

Léxico da Luz e da Escuridão

Género: Literatura/Romance
Nº de páginas: 352
Data de lançamento: 6 de março de 2020
PVP: € 18,80
ISBN: 9789897225901 

Sinopse
Uma história familiar magistralmente construída, um romance épico e ambicioso. Todo o léxico do amor, da perda, da coragem, da maldade - conciso, essencial, acutilante, poético.
O que faz com que o acanhado filho do sapateiro Henry Rinnan, de Trøndelag, se torne um dos mais odiados criminosos da História da Noruega, um agente duplo que mata noruegueses para os nazis?
E por que motivo uma família de judeus, logo após o fim da guerra, quereria ir viver para o quartel-general de Rinnan, a casa que se tornou o símbolo por excelência das atrocidades cometidas durante a ocupação alemã?
Ao saber que a mãe da mulher tinha crescido na infamante casa que ficou conhecida por Bandeklosteret - o lugar onde a clique de Rinnan se juntava para maquinar, fazer festas e torturar prisioneiros na cave -, Simon Stranger começa a investigar a história dos Komissar, bem como dos seus elementos que morreram e dos que sobreviveram.
Léxico da Luz e da Escuridão foi galardoado com o Prémio dos Livreiros Noruegueses e com o Riksmalprisen, atribuído a escritores de ficção ou não ficção pelo uso excecional da língua norueguesa.

Simon Stranger nasceu em 1976. Tem publicado, desde 2003, livros para crianças, jovens e adultos, muitos deles traduzidos em dezenas de línguas. É um dos escritores mais conhecidos e premiados na Noruega e está em vias de se tornar um dos autores noruegueses mais internacionais.

Pode comprar o livro aqui.

Um Pingo na Água, de Ann Yeti - Novidade Sell Out

Um Pingo na Água

ISBN: 978-989-8940-03-2
Ano de edição ou reimpressão: 03-2020
Editor: Sell Out
Encadernação: Capa mole
Páginas: 160
PVP: 15,00€

Sinopse
Um Pingo na Água é um romance sobre  uma mulher independente e sedutora - Ana - e dos dois homens, muito diferentes entre si, que buscam o seu amor.
É uma história sobre paixão e arrebatamento, mas também sobre encontros, desencontros, e segundas oportunidades.
Qual deles – se algum – ficará com ela no final?

Sobre a autora
Ann Yeti é o pseudónimo de uma autora portuguesa com raízes australianas. Tendo vivido repartida entre dois continentes, viajou extensivamente entre eles, mas foi no Alentejo que encontrou um local de refúgio e de silêncio onde redescobriu uma paixão antiga, esconsa e fragmentada, pela escrita, e esta começou a tomar contornos mais definidos. 
O romance Um Pingo na Água é o segundo livro da autora.
A novela Um Fio de Sangue foi publicada em dezembro de 2018.

Pode comprar o livro aqui.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Sob Céus Vermelhos, de Karoline Kan - Novidade Quetzal

Sob Céus Vermelhos

Género: Literatura/Romance
Nº de páginas: 304
Data de lançamento: 6 de março de 2020
PVP: € 18,80
ISBN: 9789897224652

Sinopse
Muito na linha de Cisnes Selvagens, de Jung Chang, mas tendo como objeto a China das novas gerações, este é um relato não ficcional e na primeira pessoa, com digressões para o passado (político e familiar) e a observação das múltiplas vertentes sociais e culturais da história moderna da China, em constante mudança.
Karoline Kan está na vanguarda dessa mudança: nasceu em 1989, como segunda filha - ainda durante a vigência da Política do Filho Único - numa China rural. Chegou ao ensino superior e conquistou a autonomia económica sem ter de se casar e fazendo o trabalho que escolheu: escrever para revistas e jornais de prestígio internacional. As grandes referências de Karoline Kan são Jung Chang, Xinran e Xiaolu Guo - todas elas autoras publicadas pela Quetzal.

Karoline Kan, que trabalhou como repórter na redação do The New York Times em Pequim, ganhou o Prémio da Associação Internacional de Jornalistas da China em 2016, e foi jornalista da Radio France Internacional e da revista That’s Beijing. Em 2019, foi distinguida com o Young China Watcher of the Year. Atualmente é editora do jornal digital China Dialogue – e vive em Pequim.

Um Verão de Segredos, de Nikola Scott - Novidade Círculo de Leitores

Um Verão de Segredos

Sinopse
Nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, os segredos de uma mulher põem-na em perigo... Agosto de 1939: na tranquila Summerhill, a órfã Maddy esconde-se do mundo e dos rumores da guerra que se avizinha. Então, a sua adorada irmã Georgiana regressa de uma longa viagem com um novo amigo, o atraente Victor. Maddy receia que Victor não seja nada do que aparenta, mas não imagina o perigo que entrou nas suas vidas...
Hoje: Chloe acaba de descobrir que está grávida. Seria uma época de felicidade, mas ela teme pelo seu futuro, apesar da devoção do marido. Quando o acaso a leva a Summerhill, é atraída pelo mistério do que lá aconteceu há décadas. E o passado volta para tocá-la de um modo que poderá mudar tudo...
Neste novo romance de Nikola Scott os destinos de duas mulheres de diferentes gerações cruzam-se e revelam-lhes um terrível ponto em comum: na vida de ambas nem sempre os homens são o que parecem à primeira vista.
Uma narrativa envolvente, plena de segredos e receios, sobre a família, a amizade, a confiança, a coragem e o amor.

Pode comprar o livro no site do Círculo de Leitores aqui.

terça-feira, 3 de março de 2020

Os Testamentos, de Margaret Atwood - Novidade Bertrand Editora

Os Testamentos

Género: Literatura / Romance
Tradução: Sofia Ribeiro
Nº de páginas: 456
Data de lançamento: 20 de março de 2020
PVP: 18,80 €
ISBN: 9789722539289

Sinopse
A obra-prima distópica de Margaret Atwood, A História de Uma Serva, tornou-se um clássico do nosso tempo cuja conclusão conhecemos nesta deslumbrante sequela. 
Quinze anos depois de A História de Uma Serva, o regime teocrático da República de Gileade mantém-se no poder, mas há sinais de que está a começar a cair por dentro.
Neste momento crucial, os percursos de três mulheres radicalmente diferentes cruzam-se com resultados potencialmente explosivos. Duas cresceram em diferentes territórios, separadas por uma fronteira: uma, a filha privilegiada de um Comandante de alta patente, em Gileade, e a outra no Canadá, onde acompanha ativamente os horrores praticados pelo regime do país vizinho. Às vozes destas duas jovens, saídas da primeira geração que cresceu sob a nova ordem, junta-se a voz de uma terceira, uma mulher que é um dos carrascos do regime de Gileade, cujo poder se baseia nos segredos que foi reunindo sem escrúpulos e que usa de forma cruel. São estes segredos, há muito enterrados, que irão aproximar estas três mulheres, forçando-as a aceitarem-se e a defenderem as suas convicções mais profundas.

Margaret Atwood é autora de mais de cinquenta livros de ficção. Além de A História de Uma Serva, os seus romances incluem Chamavam-lhe Grace, que ganhou o Giller Prize no Canadá e o Premio Mondello em Itália; O Assassino Cego, vencedor do Booker Prize; Órix e Crex, finalista do Giller Prize e do Man Booker Prize; O Ano do Dilúvio, MaddAddam; O Coração É o Último a Morrer; e, mais recentemente, Semente de Bruxa. Atwood é também cocriadora (com Johhnie Christmas) da série de novelas gráficas Angel Catbird. Vive em Toronto. Visite www.margaretatwood.ca

Pode comprar o livro aqui.

O Passado, de Tessa Hadley - Novidade Cultura Editora

O Passado

ISBN 9789898979469
Edição ou reimpressão 03-2020
Encadernação Capa mole
Páginas 256
Autor Tessa Hadley
Editora Cultura Editora
PVP 17.50€
Disponível a 13 de Março

Sinopse
Três irmãs e um irmão regressam, para as últimas férias de verão, à velha casa dos avós. Trazem os filhos, uma nova esposa e o filho de um antigo namorado. Ao longo de três semanas, as memórias do passado e da infância voltam à superfície e as tensões aumentam, misturando-se com o ar quente e denso da paisagem idílica de uma pequena vila inglesa. 
Tessa Hadley constrói um magnífico romance, só ao alcance de uma extraordinária autora, onde as particularidades das ligações familiares, as suas crises e alegrias, assumem o papel de protagonistas, assegurando que o passado fará sempre parte de nós. 

Tessa Jane Hadley nasceu a 28 de fevereiro de 1956, no Reino Unido. É autora de cinco aclamados romances, entre eles The London Train (New York Times Notable Book) e Clever Girl. As suas histórias aparecem regularmente na revista The New Yorker; em 2016 venceu os prémios Windham Campbell Prize e Hawthornden Prize.

segunda-feira, 2 de março de 2020

As Mulheres da Orquestra Vermelha, de Jennifer Chiaverini - Novidade Harper Collins

As Mulheres da Orquestra Vermelha

ISBN: 9788491394495
Ano de edição ou reimpressão: 03-2020
Editor: HARPER COLLINS
Encadernação: Capa mole
Páginas: 736
PVP: 20,99€

Sinopse
Depois do casamento de Mildred Fish, uma estudante de pós-graduação do Wisconsin, com o brilhante economista alemão, Arvid Harnack, ela acompanha-o de bom grado até à sua terra natal, onde um futuro brilhante os espera. Na fervilhante cultura intelectual da Berlim dos anos trinta, os recém-casados criam uma vida nova e rica, repleta de amor, amizades e trabalho gratificante. No entanto, a ascensão de uma nova força política malévola altera inexoravelmente o seu destino.
Enquanto Adolf Hitler e o Partido Nazi exercem violência e propagam mentiras para tomar o poder, Mildred, Arvid e os amigos decidem resistir. Mildred reúne informação para transmitir aos seus contactos americanos, incluindo Martha Dodd, a vivaz e muito moderna filha do embaixador dos EUA. As suas amigas alemãs, a aspirante a escritora Greta Kuckoff e a estudante de literatura Sara Weitz, arriscam as suas vidas para conseguirem informação de jornalistas, oficiais do exército e funcionários nos níveis mais elevados da estrutura nazi.
Durante anos, a rede de Mildred luta continuamente para derrubar o Terceiro Reich a partir do interior. Contudo, quando os operacionais de rádio-comunicações detetam um sinal russo extraviado, a célula de resistência dos Harnack é descoberta, com consequências fatais.
Inspirado em acontecimentos reais, As Mulheres da Orquestra Vermelha é uma história marcante sobre pessoas normais determinadas a resistir à ascensão do mal, sacrificando as suas vidas e a sua liberdade para combater a injustiça e defender os oprimidos.