quarta-feira, 17 de junho de 2020

[A minha Opinião] A grande solidão


A grande solidão Opinião de leitura


A autora Kristin Hannah não me é totalmente desconhecida. Já antes tive oportunidade de ler um dos seus livros. O Rouxinol foi o livro escolhido para fazer a minha estreia. Nessa altura, a leitura causou-me grande impacto. Portanto, quando me sugeriram a leitura deste livro, não tive dúvidas nenhumas que iria gostar muito da leitura. 

Ambos os livros, O Rouxinol e A grande solidão, foram leituras conjuntas, organizadas no Clube de Leitura Manta de Histórias. Um pormenor interessante, é que foram lidos no mês de Junho. Um em 2019, outro em 2020. 

Devo confessar que as expectativas estavam elevadas em relação a este livro, e não saíram defraudadas. Comparando ao livro que li anteriormente, as semelhanças estão obviamente na escrita cativante da autora e nas personagens principais, mais uma vez focadas nas mulheres. As diferenças estão nas temáticas desenvolvidas. No primeiro livro li sobre a ocupação nazi, em França, neste livro li sobre violência doméstica. 

Como referi anteriormente, o tema abordado neste livro é sensível. Falar sobre violência doméstica e retratá-la num livro requer imensa sensibilidade. Nisso Kristin Hannah não falhou, pelo contrário. Durante a leitura do livro, senti as dores das personagens que sofriam este flagelo. Além deste tema, ainda é abordado o stress pós-traumático sofrido por antigos combatentes de guerra. Na época retratada, 1974, o apoio a este combatentes era inexistente, deixando muitos deles entregues aos seus demónios. 

A quase totalidade da acção é passada no Alasca. É descrito como um lugar inóspito, remoto, selvagem e imprevisível. A escolha do lugar da acção. para mim, é perfeita. Assenta que nem uma luva à narrativa e às personagens. A autora preocupou-se em dar ao leitor uma descrição do Alasca, sem ser exagerada. Fiquei com a real noção do ambiente que rodeava as personagens, dos seus perigos mas também das suas maravilhas. 

Quanto às personagens, são muitas, mas não senti dificuldade em identificá-las durante a narrativa. Há que dizer que houve personagens que ganharam o meu coração e outras que odiei. As mulheres aqui representadas, são mulheres fortes. Sim, porque no Alasca não há outra opção, têm de ser fortes. 

Leni e Cora, mãe e filha, têm o papel principal nesta história. É em torno delas que gira toda a narrativa. Os meus sentimentos por ambas as personagens são diferentes. Tive empatia imediata pela Leni e sentimentos contraditórios pela Cora. Quanto às personagens secundárias, houve duas que conquistaram o meu coração, a Marge, outra mulher corajosa e Matthew, um homem de bom coração. Quanto à personagem que odiei, não irei referir. Vocês assim que leiam o livro irão descobrir qual é. 

Outro pormenor sobre a minha leitura, que vos quero referir, é a emoção que me despertou. Em vários momentos da leitura senti as dores das personagens. Senti empatia, impotência, revolta, esperança. Em alguns momentos foi impossível controlar as lágrimas, que teimaram em aparecer. Portanto, a quem é mais sensível e emotivo, recomendo os belos dos lenços de papel, a uma distância não superior a um metro. 

Alguns acontecimentos durante a história foram um pouco previsíveis. No entanto, não os considerei prejudiciais à narrativa. Muitos podem ter uma opinião diferente da minha, e será igualmente válida. A meu ver, a autora cumpriu e ofereceu ao leitor uma história inesquecível. 

Se estão a ler estas linhas, então certamente saberão o que vos irei dizer. POR FAVOR, NÃO DEIXEM DE LER ESTE LIVRO. É MARAVILHOSO!

Leitura mais que recomendada! 

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