"Rumo a Casa" conquistou logo pelo título. Porque quando penso em casa, penso em lar, em conforto, algo que tão bem conheço. Depois da leitura da sinopse, percebi que todas as personagens nela presentes procuram a sua casa, o lugar ao qual pertencem, as suas raízes.
A meu ver, Yaa Gyasi faz uma estreia fantástica na ficção. Construiu uma narrativa credível e levou-me numa longa viagem, através de gerações, para contar a dolorosa história da escravatura.
Entre o Gana e os Estados Unidos da América, acompanhei o suceder de gerações sacrificadas pela dor e violência. A sede de riqueza levou a que muitos homens brancos e poderosos se achassem no direito de sacrificar e desrespeitar os direitos humanos de comunidades negras. Muitas famílias foram separadas, muitos homens e mulheres foram deixados à fome e tratados como animais enjaulados, foi-lhes retirada a sua dignidade, mas nunca a esperança de um dia voltarem a casa.
Esta narrativa tem o seu início com duas irmãs, Esi e Effia. Depois delas conheci os passos inseguros das suas famílias e as suas tribulações. São muitas histórias dentro de uma história, que me doeram, que me emocionaram, que me revoltaram e fizeram reflectir. Acho que é daqueles livros que não se pode passar sem ler, não só pelo excelente trabalho de pesquisa aqui envolvido, mas acima de tudo pela forte mensagem que passa ao leitor.
Actualmente, vendo todos os acontecimentos a nível global, este é um livro que tem de ser lido e tem de ser interiorizado, para que, a humanidade, não volte a cometer os mesmos crimes do passado. Valeu a minha ressaca literária. De vez em quando, tenho de ler estes livros, que mexem com a minha alma e a minha consciência. Livros que são uma chamada de atenção.
É urgente o amor. É urgente encontrar o rumo para casa.
Boas leituras!
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