Hotel Sunrise foi a minha leitura de estreia com Victoria Hislop. Já li muito boas opiniões acerca dos livros desta autora e muitos são os livrólicos que recomendam os seus livros, A Ilha em particular. Será, com certeza, o próximo livro da autora que irei ler.
Focando a atenção para este livro, posso dizer que foi uma viagem emocionante, perturbadora, inquietante. Victoria Hislop, conta-me de uma forma assustadoramente real, uma parte da história conturbada do Chipre, que desconhecia completamente. As descrições de violência étnica entre cipriotas turcos e gregos é arrepiante. Aconteceram actos de violência de ambos os lados que atentam contra os direitos humanos. Várias atrocidades foram perpetradas em nome de uma enosis (união com a Grécia), que deixou feridas abertas e incapazes de cicatrização, tanto em cipriotas turcos como cipriotas gregos.
Nesta narrativa acompanhamos a história de duas famílias, os Georgios e os Ozkans, que na época mais conturbada do Chipre, encontram apoio uma na outra. Apesar de serem de etnias rivais, não se identificam como inimigos, pelo contrário. Estas famílias tudo fazem para se ajudarem mutuamente e sobreviverem a uma guerra que tem tudo de incompreensível e inumano.
Acompanhamos ao longo das páginas a ascendência e declínio de umas das mais importantes cidades turísticas do Chipre, Famagusta. O espelho desta cidade é também o espelho das gentes que lá vivem. Cipriotas turcos e gregos convivem em harmonia até ao dia em que a violência se instala e os conflitos crescem de dia para dia. O ambiente de sol, praia e glamour, dá lugar ao medo, ao negro, à sobrevivência.
É neste cenário que acompanhamos o dia à dia de duas famílias que lutam por sobreviver e por não serem descobertas pelas tropas. Na guerra vale tudo menos morrer. Haverá personagens, que no limite da sua resistência e sobrevivência, terão de decidir entre matar ou morrer. É uma narrativa forte.
Dou os parabéns à autora por ter escrito tão bem este livro e por me ter transmitido tão bem este conflito. Por várias vezes, que ao ler as suas palavras me arrepiei. É sem dúvida uma história de esperança, que no final, nos brinda com um sorriso.
Espero ter conseguido espicaçar a vossa curiosidade e vontade de lerem o livro. Leiam, porque é um pedaço de história que merece ser conhecido.
Boas leituras!
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