terça-feira, 22 de julho de 2014

As Raparigas Cintilantes [A minha Opinião]


"CHICAGO, 1931: Harper Curtis, um vagabundo paranoico e violento, dá de caras com uma casa que possui um segredo tão chocante como a natureza distorcida de Curtis: permite viajar entre o passado e o futuro. Ele usa-a para perseguir as suas raparigas cintilantes - e tirar-lhes o brilho de uma vez por todas."

Quando li a sinopse deste livro, estava à espera de um policial chocante. Não contava que além das chocantes e por vezes mórbidas descrições, surgisse mais um factor inquietante nesta história. Uma casa que guarda um segredo, um poder, que irá assentar que nem uma luva na mente distorcida de um assassino, Harper Curtis.

Confesso-vos que tive dificuldade em entrar na leitura. Já tinha lido as primeiras 100 páginas e ainda havia um certo bloqueio na leitura. Não sei se por tantos avanços e retrocessos temporais, se pelas personagens, se pela história em si, ou se por todos estes factores juntos. Tive de voltar uma série de vezes ao capitulo anterior para me situar na história. Foi um inicio de leitura complicado. 

Lidas as primeiras cento e tal páginas, a estranheza vai-se esbatendo e a leitura começa a fluir mais facilmente. Talvez por estar mais habituada ao modo como a autora escolheu apresentar esta história, nas constantes viagens temporais. 

É um policial diferente dos que tenho lido ultimamente, já que junta crime violento a uma espécie de fantasia, se é que se pode entender assim. Esta junção, tão pouco comum nos policiais que leio, causou-me uma certa confusão. Não deixa de ser uma ideia bastante original mas a mim não me cativou assim tanto. 

Harper Curtis é de facto uma personagens bem construída, um vagabundo paranoico, violento, insensível, cruel, decidido, doentio. Um assassino que se acha inalcançável até um dia que é surpreendido. Kirby Mazrachi, uma das vítimas de Harper, uma tentativa de assassinato falhada. Este momento de quase morte irá perseguir Kirby para todo o sempre, se não tentar, por ela própria, descobrir o seu assassino. Kirby é uma personagem rica, uma rapariga com uma infância difícil, uma relação distante com a sua mãe toxicodependente, uma tentativa de assassinato que a assombra e a mantém afastada das pessoas. Kirby está determinada a encontrar quem lhe destruiu a vida e muitas vezes tornasse insensível à dor de outros.

No que diz respeito à linguagem, é acessível, contendo durante a narrativa algum calão. Algumas das cenas descritas são chocantes, o que me provocou um certo embrulho no estômago, mas nada que não se consiga ler. 

Não foi um livro que me cativou completamente, mas valorizo a riqueza das personagens principais, Harper Curtis e Kirby Mazrachi. 

Boas leituras!

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