Assim que li a sinopse deste livro, soube imediatamente que o teria de ler. A capa apresentada é maravilhosa e o título do livro não poderia ter sido melhor escolhido. Quanto a mim, não existe uma cor no coração de Catheleen e Ada.
Pelas mãos e sensibilidade de Barbara Mutch, foi-me oferecida uma leitura tocante e inesquecível. Narrada por Ada, acompanhei a sua vida desde o seu nascimento até à sua morte. Ada nas primeiras páginas do livro, com toda a sua inocência e desconhecimento do mundo, apresenta-se ao leitor e apresenta a sua família. Ada é filha de Miriam, criada na Cradock House. Eduward e Catheleen são os senhores da casa onde Ada e sua mãe vivem. A Cradock House é o coração desta história e é onde grande parte dos acontecimentos felizes e trágicos acontecem.
A autora levou-me a viajar até às terras áridas do Karoo, na África do Sul e apresentou-me a vida de duas mulheres incríveis, Ada e Catheleen. Numa época em que o preconceito racial estava no auge, em que brancos e negros tem o seu lugar bem presente na sociedade, estas duas mulheres vão lutar contra as regas impostas e a crueldade existente.
Catheleen sempre olhou para Miriam e Ada como amigas, como família e não como as suas criadas negras. Tem um carinho enorme para com elas e vê em Ada uma filha. Faz tudo o possível e impossível para lhe passar todos os seus conhecimentos e educá-la o melhor que sabe. Ada por sua vez vê em Catheleen uma segunda mãe e alguém que lhe merece todo o respeito e dedicação.
A partir do relato inocente de Ada e as passagens escritas do diário de Catheleen, acompanhei o crescimento da amizade destas duas mulheres, as suas lutas, os seus medos, as suas vitórias e derrotas, numa época onde o apartheid era cruel e muitas vezes mortal. Estas duas mulheres elevaram-se acima de todos e quaisquer preconceitos e tiveram sempre presente a humanidade. Para estas mulheres a cor de pele não foi superior ao carinho que sentiam uma pela outra.
Uma história escrita de forma inteligente, sensível, emocionante que provocou em mim momentos de inquietação, revolta mas também criou momentos de inspiração e esperança.
Uma leitura imperdível.
Boas leituras!
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