Sinopse
Dois meses após a Revolução dos Cravos, uma jovem nascida e criada em Angola passa, como de costume, as férias grandes na metrópole, desta feita, num clima de grande rebuliço, antevisão do que seria a sua existência dali em diante. Ao regressar à ainda colónia portuguesa em África, as sementes da futura guerra civil fazem-na temer pelo primeiro amor, pelos amigos, pela família e pela sua situação socioeconómica confortável.
Um pouco antes da independência de Angola, a angústia condu-la ao Brasil, país em que decide esquecer a infância e a adolescência para não ter de enfrentar as cicatrizes do passado. Trinta anos depois, porém, a árvore da vida exige-lhe um resgate das suas raízes e a abertura da mala de cânfora, onde guardara as memórias da terra natal. Diário de uma luta pela sobrevivência, a saga de Dulce Braga entrelaça o dramatismo das experiências vividas com episódios pitorescos e anedóticos, conferindo à narrativa um sabor agridoce único, um sabor a Angola, um sabor de maboque.
Dulce Braga nasce a 16 de abril de 1958 no coração de Angola, mais precisamente na Nharêa, vila da província do Bié onde também frequenta a escola primária. Uma década depois, prossegue os estudos no Colégio de Nossa Senhora da Paz, no Kuito, cidade em que permanece até concluir os dois últimos anos pré-universitários no Liceu Nacional Silva Cunha. A 26 de setembro de 1975, já em plena guerra civil, foge para o Brasil com toda a família e fixa residência em Campinas, em cuja faculdade de Economia ingressa. Cinco anos mais tarde, casada e empresária, mergulha na grande missão da sua vida: a maternidade, graças ao nascimento dos filhos, Gabriela e Marcelo.
Através das histórias que lhes conta para adormecerem, revisita as memórias da sua meninice africana, processo que culmina, em outubro de 2009, com o lançamento do romance autobiográfico Sabor de Maboque. Em maio de 2011, já com esta obra na sua terceira edição brasileira, recebe da Câmara Municipal de Campinas o Diploma de Mérito Literário.
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